XANGÔ - A FORÇA E EQUILÍBRIO

XANGÔ - A FORÇA E EQUILÍBRIO

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

SÃO CIPRIANO

Quem é Pai Cipriano na Umbanda?



 Muito se fala sobre São Cipriano mas poucos conhecem a história e a representação deste personagem tão controverso e tão misterioso. Muitos procuram os conhecimentos mágicos de São Cipriano mas poucos conhecem sua mais poderosa magia. Muitos pedem a São Cipriano mas poucos entendem seu real poder transformador. Portanto, hoje quero falar um pouco sobre a figura de São Cipriano e sua importante representação para a nossa Umbanda. Vamos lá:

Tascius Caecilius Cyprianus, nasceu na cidade de Antioquia, na Turquia. Foi nesta cidade que, quando o Cristianismo era apenas uma pequena seita religiosa, Paulo pregou o seu primeiro sermão numa Sinagoga, e foi também ali que os seguidores de Jesus foram chamados de Cristãos pela primeira vez.

Antioquia era a terceira maior cidade do império romano, conhecida pela sua depravação. Nesta metrópole conhecida por “Antioquia, a bela”, ou a “rainha do Oriente”, tal era a beleza da arte romana e do luxo oriental que se fundiam num cenário deslumbrante, a população era maioritariamente romano-helênica, e o culto dos deuses era a religião oficial. Alguns dos cultos religiosos estavam associados a deusas do amor e da fertilidade, pelo que a lascívia, perversão e a libertinagem eram famosas nesta cidade.

Foi neste ambiente religioso e cultural que Cipriano nasceu em 250 d.e.c., filho de Edeso e Cledónia. Nutria uma verdadeira vocação e gosto pelos estudos místicos e religiosos, sendo admitido num dos templos sagrados da cidade para realizar os seus estudos sacerdotais e místicos. Entrou assim em contato com as ciências ocultas, e aprofundou afincadamente os seus estudos de feitiçaria, rituais sacrificiais e invocações de espíritos, astrologia, adivinhação etc, dedicando a sua vida ao estudo das ciências ocultas. Ficou conhecido pelo epíteto de “O Feiticeiro”, alcançando grande fama sendo reconhecido como um poderoso feiticeiro, capaz de grandes prodígios.

Por volta dos seus 30 anos Cipriano encontra-se na Babilônia, onde encontra a bruxa Évora. Estudando com ela, Cipriano desenvolve as suas capacidades premonitórias e outras matérias sobre as artes da bruxaria segundo as tradições místicas dos Caldeus. Após o falecimento da Bruxa Évora Cipriano herda os seus manuscritos esotéricos, dos quais extrai muito da sua sabedoria oculta.

Ao fim de algum tempo, Cipriano já domina as artes das ciências de magia negra contatando demônios. Diz-se que se tornou amigo intimo de Lúcifer e Satanás, para os quais conseguia angariar a perdição de muitas belas e jovens mulheres, o que muito agradava aos diabos, que em troca lhe concediam grandes poderes sobrenaturais.

Com esse poder infernal, Cipriano construiu uma carreira de bruxo com grande fama, produzindo grandes feitos, o que lhe valeu uma imprescindível reputação de grande feiticeiro. Muitas pessoas de todos os quadrantes geográficos procuravam os seus serviços místicos e os seus ganhos financeiros eram assinaláveis.


Cipriano foi autor de diversas obras e tratados místicos e era já um feiticeiro respeitado, reputado e temido quando foi contatado por um rapaz de nome Aglaide. O rapaz estava ardentemente apaixonado por uma belíssima donzela cristã de nome Justine. Sendo rico Aglaide rapidamente encontrou o consentimento dos pais de Justine quanto a um casamento com ela, contudo a donzela professava uma forte fé cristã e desejava manter a sua pureza oferecendo a sua virgindade a Deus. Por esse motivo Justine recusou-se a casar. Desgostoso, mas com forte determinação em possuir Justine, Aglaide encomendou os serviços espirituais de Cipriano.

Cipriano usou de toda a extensão da sua bruxaria para fazer Justine cair nas tentações carnais, que a levariam a oferecer-se para Aglaide e renunciar à sua fé Cristã.

Cipriano fez uso de diversos trabalhos malignos, contudo nenhum deles surtiu qualquer efeito. Para espanto de Cipriano todo o batalhão de feitiços que usava era repelido pela jovem rapariga apenas através do sinal da cruz e das suas orações. Acostumado a fazer belas moças cair na tentação da carne e assim levá-las a entrar pelos caminhos da luxúria, Cipriano não conseguia entender o que estava acontecendo. Ele encontrou muitas dificuldades e noite após noite visitava a jovem Justine com a sua infernal quantidade de feitiços. Nada resultou.

Cipriano desiludiu-se profundamente com as suas artes místicas que até então tinham funcionado tão forte e infalivelmente, para agora serem derrotadas por uma mera donzela com fé no Deus de Cristo. Aconselhado por Eusébio, um amigo seu, e observando o poder da fé de Justine, Cipriano converteu-se ao Cristianismo. Assim fazendo-o, o feiticeiro destruiu todas as suas obras esotéricas e tratados de magia negra, assim como ofereceu e distribuiu todos os seus bens materiais e riquezas aos pobres.

Depois de se converter, Cipriano ainda foi fortemente atormentado pelos espíritos de bruxas que o perseguiam, mas teve fé e assim afastou de si tais aparições que apenas pretendiam reconduzi-lo aos caminhos da feitiçaria. A fama de Cipriano era contudo grande e as noticias da sua conversão ao cristianismo chegaram à corte do Imperador Diocleciano que tinha fixado residência na Nicomédia.

Cipriano e Justine foram perseguidos, aprisionados e levados ao imperador, diante do qual foram forçados a negar a sua fé. Justine foi despida e chicoteada, ao passo que Cipriano foi martirizado com um açoite de dentes de ferro. Mesmo com a carne arrancada do corpo a cada flagelação do chicote com dentes de ferro, Cipriano não negou a sua fé e Justine manteve-se sofredoramente fiel a Deus.

Perante a recusa de Cipriano e Justine em renunciar à sua fé, o imperador os condenou à morte sendo decapitados em 26 de Setembro de 304 d.e.c., juntamente com um outro mártir de nome Teotiso. Aceitaram a sua execução com grande fé e serenidade, tendo falecido com coragem e dignidade. Os seus corpos nem sequer foram sepultados, e ficaram expostos por 6 dias. Foi um grupo de cristãos que, comovidos pela barbaridade, recolheu-os.

Mais tarde, o imperador cristão Constantino (272 – 337 d.e.c. ) ordenou que os restos mortais de Cipriano fossem sepultados na Basílica de São João Latrão, localizada em Roma, que é a catedral do Bispo de Roma, ou seja: o papa. Foi na “Omnium Urbis et Orbis Ecclesiarum Mater et Caput” (mãe e cabeça de todas as igrejas do mundo) que São Cipriano, o santo e mártir, encontrou o seu eterno repouso.

Todo percurso de São Cipriano é um verdadeiro hino à vida no esplendor da sua existência: do diabo a Deus, dos demônios aos anjos, da feitiçaria à fé crista, da magia negra à magia branca, em tudo São Cipriano mergulhou, estudou e viveu. Do pecado à virtude, da luxúria à santidade, da riqueza à pobreza, do poder à martirização, se alguém é digno de um percurso de existência completo, rico e enriquecedor, eis que este santo assim o representa.

Controverso e polêmico, São Cipriano é a própria noção de evolução espiritual através da profunda vivência das mais diversas realidades espirituais (do mais profano excesso, à mais sacrificada ascese) encontra corpo na vida e obra deste feiticeiro e mártir.


E VOCÊ SABIA que a Linha das Almas ou Linhas dos Pretos-Velhos também é conhecida como Linha de Yorimá ou Linha de São Cipriano e que dentro dessa linha de trabalho encontram-se pretos-velhos com o nome simbólico de Pai Cipriano?

Veja só, a Vibração de Yorimá é a Potência da Palavra da Lei, Ordem Iluminada da Lei, Palavra Reinante da Lei. Esta Linha ou vibração é composta pelos primeiros espíritos que foram ordenados a combater o mal em todas as suas manifestações, são verdadeiros magos que usam da roupagem fluídica de Pretos Velhos, ensinando as verdadeiras “mirongas” sem deturpações. São os Mestres da Magia e experientes devido às seculares encarnações.

Esta Linha, que ora se diz como linha dos Pretos-velhos, ora como dos Africanos, de São Cipriano, das Almas, tem como Chefes principais Pai Guiné, Pai Tomé, Pai Arruda, Pai Congo de Aruanda, Mãe Maria Conga, Pai Benedito e Pai Joaquim. São entidades muito evoluídas que há vários milênios encarnaram e desencarnaram adquirindo, assim, muita experiência no dia a dia da humanidade. Eles são a DOUTRINA, a FILOSOFIA, Mestrado da Magia, em fundamentos e ensinamentos.

Os Preto-Velhos da Umbanda representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam, pois curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Eles representam a humildade, não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado. Com seus cachimbos, fala pausada, tranquilidade nos gestos, eles escutam e ajudam aqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e religião.

Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos pretos-velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores onde foram negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam, escolheram ou foram escolhidos para voltar à Terra em forma incorporada de preto-velho.

Por isso, se você for falar com um preto-velho, tenha humildade e saiba escutar, não queira milagres ou que ele resolva seus problemas, como em um passe de mágica, entenda que qualquer solução tem o princípio dentro de você mesmo, tenha fé, acredite em você, tenha amor, Amor a Deus e a Você mesmo.

Tenha certeza, assim como a transformação que ocorreu na vida de São Cipriano, os Pretos Velhos transformam a nossa vida se houver Amor.

É incrível o poder que o Amor, e consequentemente nossos queridos Pretos Velhos, tem de transformar as pessoas.

É absolutamente incrível a transformação que os Pretos Velhos são capazes de fazer na vida, no íntimo e no envolta das pessoas.

É absurdamente incrível como o amor, simples e puro, é capaz de transformar.

Triste daquele que ainda não sabe amar. Triste daquele que ainda não conhece esse poder. Triste daquele que ainda não foi tocado pelo Amor de um Preto Velho!

“Cada um colherá aquilo que plantou. Se tu plantaste vento colherás tempestade, mas se tu entenderes que com luta o sofrimento pode tornar-se alegria vereis que deveis tomar consciência do que foste teu passado aprendendo com teus erros e visando o crescimento e a felicidade do futuro. Não sejais egoísta, aquilo que te fores ensinado passai aos outros e aquilo que recebeste de graça, de graça tu darás. Porque só no amor, na caridade e na fé é que tu podeis encontrar o teu caminho interior, a luz e DEUS”

Saravá na Lei.






REFORMA ÍNTIMA

REFORMA ÍNTIMA

PROGRESSO DA ALMA....

O progresso da alma é a nossa reforma íntima, onde detectamos nossos defeitos e nossas faltas e trabalhamos em nosso íntimo a modificação, buscando prevalecer em nós às virtudes que às vezes nem nos damos conta que elas estão em nosso íntimo e só querem uma oportunidade para desabrochar em nossas atitudes e ações.

Progredimos quando realmente nos voltamos para nosso íntimo e fazemos uma reflexão diária de nossos sentimentos e pensamentos, e neste momento vemos onde estamos falhando e o que podemos renunciar em nossa vida para podermos ser melhores 
e com isso conquistar o progresso de nossa alma.

Não haverá progresso em nossa alma, se não houver dedicação e modificação principalmente em nossos sentimentos que direcionamos aos nossos semelhantes, pois não existe progresso sem a busca pelo conhecimento e a vivencia da vida como ela se apresenta a nós.

Não há atalhos para o progresso de nossa alma, temos que passar por vários estágios onde podemos encontrar a dor e o sofrimento como o termômetro que nos convida a uma mudança de nossos hábitos e atitudes para conosco ou para com os nossos semelhantes.

O progresso de sua alma só vai acontecer quando você procurar o caminho do bem, onde prevalecem sempre as boas intenções e o amor incondicional para com todos que convivem com você, sem as mudanças de nossos sentimentos não há evolução segura.

Procure hoje ver como anda sua vida, se está progredindo como pessoa ou se está atrasando ainda mais a sua evolução.

E tenha sempre em mente que o seu progresso depende única e exclusivamente da sua modificação para o bem.


Saravá na Lei.

LUZ DE UMBANDA

                                     LUZ DE UMBANDA

UMBANDA, UM PRONTO SOCORRO ESPIRITUAL!

A Umbanda é uma Religião fascinante se estudada com isenção e racionalismo, mostrando-nos a Grandeza Divina de Deus e as infinitas possibilidades que Ele nos oferece para nos auxiliarmos quando entramos em desequilíbrio com o Plano Espiritual e o Natural.

Se soubermos interpretar o simbolismo umbandista veremos que, mais que uma Religião, a Umbanda é um Pronto Socorro Espiritual Equipadíssimo para acolher todos os necessitados de um rápido auxilio.

As pessoas seguidoras de outras religiões não vão à Umbanda para rezar e sim, vão em busca do socorro imediato para as mazelas que, em suas religiões, não tem como ser tratadas adequadamente.

Necessitadas de tratamento Espiritual imediato, muitas delas a beira de um colapso nervoso, do suicídio, da loucura, da confusão que incutiram em suas mentes com mensagens religiosas contraditórias que, ao invés de orienta-las, as confundiram de tal forma que muitas perderam a fé no referencial divino que tinham.

Com os espíritos que se manifestam através dos seus médiuns muitos encontram palavras de consolo, de conforto e de esclarecimentos que, pouco a pouco, fornecem-lhes novos referenciais, todos fundamentados na imortalidade do espírito e na necessidade de espiritualizarem-se porque só com uma pessoa se entendendo como espírito imortal encarnado para cumprir mais uma etapa da sua evolução, ela lidará de forma correta com suas dificuldades aqui na terra e alcançará o equilíbrio intimo para supera-las ou transmuta-las.Vemos entrar e sair dos Centros Umbandistas pessoas seguidoras das mais diversas religiões, todas ne

Os referenciais divinos de quase todas as religiões são idênticos e estão calcados na existência de um Deus Onipresente e Onipotente que tudo pode e tudo faz; que é justo e perfeito e que não desampara ninguém em momento algum, fornecendo a todos o seu ampara divino.

Esse referencial divino é verdadeiro e não estamos negando-o ou questionando-o porque também acreditamos nele e o ensinamos a todos que acreditam na existência de Deus .

O que questionamos acerca desse referencial divino é que muitos limitaram a religiosidade das pessoas nessa afirmação (verdadeira) e negaram tudo mais que faz parte do aprendizado e da espiritualização delas, negando-lhes o beneficio da busca e a satisfação de poderem, por si, solucionarem as dificuldades do dia a dia e de sanarem as dúvidas existência que surgem naturalmente no decorrem de suas passagens terrenas.

Na mente do doente, do desempregado, do solitário, do desesperançado, do desiludido , do desequilibrado mental e emocionalmente etc., passam pensamentos terríveis sobre sua condição de sofredor em meio a tantas pessoas saudáveis, em meio a tantas pessoas empregadas e em ótima situação financeira, em meio a tantas pessoas felizes, em meio a tantas pessoas cheias de esperança e felizes pelo sucesso já obtido em seus projetos de vida.

A legião de sofredores encarnados é imensa e em certos momentos nós (eu e você, amigo leitor) já fizemos parte dela (ou ainda somos), certo?

Aos membros temporários ou permanentes dessa imensa legião de sofredores encarnados soma-se a dos espíritos já desencarnados, muito maior e em piores condições porque já não têm a estabilidade do plano material para se agarrarem e não serem tragados pelo abismo do desespero , do tormento e da sensação de desamparo total nos momentos mais difíceis das suas existências.

Faltou a alguns interpretes de Deus revelarem aos seus seguidores que Deus é Onipotente, Onisciente e Onipresente, que tudo pode e tudo faz em nosso benefício, não desamparando ninguém em momento algum, mas que tem Sua forma de nos auxiliar na solução das nossas dificuldades, todas elas passando por nós mesmos e contando com a nossa participação na solução dos nossos problemas.

Deus possui muitos modos de operar em nosso benefício e um deles é através do auxílio dos espíritos mais evoluídos que, invariavelmente, voltam-se para os menos evoluídos e passam a auxiliá-los para que lidem de forma correta com suas dificuldades, sejam elas transitórias ou permanentes.

As dificuldades transitórias são solucionadas rapidamente. Já as permanentes, a solução delas só é possível com uma transformação integral do ser, pois a mente, que é a fonte dos pensamentos, não pode estar dissociada da razão e do bom senso, que são fontes de equilíbrio e racionalismo.

Ou a mente e a razão estão associadas e centradas ou a qualidade dos pensamentos deteriora-se e elas se auto anulam pelas contradições, enfraquecendo a fé e anulando a crença em um Deus, Justo e Perfeito, que não desampara ninguém e a todos socorre o tempo todo, mesmo quando a solução das nossas dificuldades esta em nós.

Espiritualizar-se é mais que crer em Deus! É o ser crer-se parte Dele e que todas as nossas ações refletem Nele e retornam para nós, os seus emissores.

É crer-se uma célula do corpo de Deus que, se esta saudável realiza suas funções sem chamar a atenção dos "anticorpos" espirituais mas, se ficar enferma, atrairá a atenção deles e começará a ser atacada de todos os lados até ser devorada por eles, que tem justamente essa função: Destruir e remover do corpo todas as células que se tornarem enfermas e ameaçarem a saúde, o bem estar e o equilíbrio existente nele.

A "célula enferma" não entende porque só ela esta sendo atacada e todas as outras (suas irmãs) não são incomodadas pelos "anticorpos", ainda que estejam ao seu lado.

Com certeza essa célula enferma tem muitos porquês sem respostas, não é mesmo?

Tal como todas as pessoas, em certos momentos de nossa existência, quando estamos sofrendo porque fomos atacados violentamente por forças desconhecidas, fraquejamos e sentimos que fomos abandonados à nossa própria sorte (ou azar).

Quantas pessoas não vêem suas vidas desmoronarem de uma hora para outra, perdendo tudo o que acumularam durante anos por causa de um mau negócio; de um projeto que não deu certo; devido uma onda de doenças; por causa de uma separação conjugal; pela perda de um emprego bem remunerado, etc., e daí em diante tudo muda para pior e escapa-lhes do controle?

São acontecimentos corriqueiros, porque acontecem o tempo todo com muitas pessoas, independente da religião que sigam.

Quantas dessas pessoas sofridas e desesperadas não atribuem a Deus a responsabilidade pelos seus infortúnio pois sentem-se abandonadas, punidas ou desamparadas por Ele, que tudo pode mas nada faz para minorar seus sofrimentos?

Quantas não abandonam suas religiões e começam a buscar nas outras o amparo e a proteção divina, já inexistentes na que segue?

Daí em diante passam de uma igreja para outra; de uma religião para outra; de um sacerdote miraculoso para outro, sempre buscando nelas ou neles o que perderam.

E, por fim, quando nada mais lhes resta nesse campo (o religioso), já acreditando que tudo lhes foi tirado, aí sim, voltam-se para o Pronto-Socorro Espiritual conhecido por Umbanda.

Na Umbanda, em seus centros despidos de luxo, vergam-se ante a inexorável ação da Lei Maior em suas vidas e curvam-se perante a espiritualidade enquanto ainda há tempo.

Diante dos Espíritos-guias as pessoas relatam seus sofrimentos, abrem seus corações e derramam suas lagrimas para que a esperança brote novamente em suas vidas.

Finalmente a humildade se fez presente em seus íntimos e o "Centro de Macumba e os Macumbeiros", tão ofendidos e vitimas de todo tipo de sarcasmos e ofensas mostram-se aos seus olhos surpresos que a Umbanda é uma Religião Humanística e Socorrista e que os tão difamados "macumbeiros" são pessoas tão humanas quanto eles e que nada lhes pedem ou cobram-lhes para ajuda-los na reconquista do amparo divino.

Não cobram nada, não pedem dizimo e não cobram caríssimos "trabalhos" porque, dentro do verdadeiro centro de Umbanda quem trabalha são os Guias Espirituais, que não precisam de nenhuma vantagem financeira para estender suas mãos luminosas aos necessitados.

Isto é Umbanda!


Saravá na Lei
Um abraço fraterno.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A VIDA DE MÉDIUM

MÉDIUNS



A VIDA DE MÉDIUM

A mediunidade é um dom do espírito.
Com essa afirmação concluímos que a mediunidade é um sexto sentido, em cada uma das pessoas que se manifesta. Essa manifestação acontece em um nível, em um ângulo de visão ou campo de atuação diferente para cada médium. Não dá pra comparar o desenvolvimento de uma ou outra pessoa. Não há regras absolutas. Pode acontecer devagarzinho, o médium se conscientizando aos poucos de sua missão e aceitando-a com Amor, iniciar sua caminhada de trabalho mediúnico. Ou brutalmente, o que é mais comum, as pessoas que vêm pela dor, pela necessidade. Tem um jargão que diz: "A necessidade é mãe da criatividade: E acrescento, é mãe da busca, da aceitação do inevitável, da conscientização. Os primeiros são os que vêm pelo Amor, os outros pela necessidade. Mas no fundo os dois necessitam exercitar esse dom divino. E como dom do espírito, aquelas afirmações que cansamos de ouvir de que a mediunidade é punitiva, cai por terra.

Como um dom divino, conquistado pelo espírito em sua caminhada evolutiva pode ser uma punição?

Tenho conhecido médiuns de todo tipo. Tímido, extrovertido, amável, egoísta, dedicado, etc., etc., etc. A mediunidade não altera o caráter da pessoa, o que acontece é que a prática da mediunidade limpa, bem amparada leva a pessoa à transformação, à mudança de comportamento.

Mas o caráter do médium é único, e se veio pra essa encarnação é porque em si algo podia ser melhorado. Alguns mestres espirituais já falaram que se a espiritualidade tivesse que esperar médiuns perfeitos, não haveria religião baseada no contato extra-físico.

Somos imperfeitos, temos nossas necessidades carnais, nossos vícios e defeitos morais. Uns mais que outros, mas todos somos amparados pelo mesmo Criador, que nos vê igualmente como filhos, necessitados que somos de seu amparo.

A mediunidade é sacerdócio. Somos sacerdotes de nosso templo interior. E a quem esse templo foi consagrado? Responda você mesmo!
O médium deve saber a quem consagrou seu templo, seu coração. Se a prática da religiosidade limpa ou a prática das ímbigas que tanto atrapalham nosso meio, não só o Umbandista, mas todo meio religioso.

O médium deve ter consciência que ele é o "homem de confiança" do consulente, homem não no sentido masculino da palavra, mas no sentido de ser humano. O consulente ao procurar o médium, para se consultar com o próprio ou com uma entidade incorporada, não o faz por outro motivo senão a necessidade. E ai está a importância do médium estar preparado: o consulente, a assistência. Esse é o verdadeiro motivo da prática mediúnica... a caridade; poder atender nossos irmãos necessitados.

A mediunidade vista com medo por alguns, em outros exerce um verdadeiro fascínio. O contato com o mundo espiritual, poder saber o futuro, ter um "poder nas mãos. A clarividência então é objeto de desejo de muita gente. Quem nunca teve pelo menos curiosidade de saber como é a imagem de "seu" Caboclo, ou de um Preto Velho os Exús e Pomba-Giras então... Esse é um poder muito relativo. 

Quanto mais se conquista, mais se é cobrado. Cobrado por quem? Pela Lei, pela Justiça Divina? Num primeiro momento pela sua própria consciência, essa que está alojada em seu espírito imortal e não presa pela cadeia da matéria. O espírito livre pra pensar e caminhar conscientemente em direção ao Pai.

Atentem  Médiuns, não só os de Umbanda, mas todos, que de alguma forma podem influenciar a vida das pessoas. Somos agentes de mudança de comportamento, agentes de transformação íntima das pessoas. Quando abrimos a boca para falar temos que ter na consciência que aquilo que verbalizaremos, poderá mudar a vida da pessoa, positiva ou negativamente.

Para aqueles cuja mediunidade de vidência ou clarividência é ativa, o cuidado é ainda maior. Ouvimos sempre os dirigentes sérios orientando para que todos os médiuns se preparem para os trabalhos, tomem seu banho de defesa, acendam sua velinha para o anjo da guarda, etc. Mas, elemento importante da prática mediúnica é o comportamento do médium. Imagine um cirurgião precisar beber uísque antes de exercer sua profissão. Você confiaria num dentista com sinais de embriaguez'? Claro que não!

Se você estiver limpo. sua mediunidade será limpa. um bom canal, livre de interferências. No entanto se estiver ligado aos canais do ódio, da inveja, da soberba, da fofoca, da preguiça, da teimosia, da vaidade, da traição, o que você espera canalizar'? Jesus Cristo?

Muito cuidado com aquilo que você vê, ouve ou intui. Passe sempre pelo crivo das três peneiras: Verdade, Bondade e Necessidade.

Não seja disseminador de confusão. Não fale aquilo que não tem certeza. Ou aquilo que você não gostaria que falassem de você. Pense que poderá estar sendo instrumento apenas da ilusão. E sendo iludido, iludirá também.

Diga não. as fofocas e não deixe que suas observações pessoais sejam exteriorizadas durante as manifestações mediúnicas. Cuidado com o que você fala, pois, a palavra tem poder de realização. E pode realizar tanto maravilhas quanto desgraças na vida DO MÉDIUM, PODEM desfazer amizades de muito tempo e fechar portas que demorarão séculos para serem RECONSTITUÍDAS.

Transmita ânimo e coragem. Pregue através de seus atos. Não esqueça, seus atos são sempre observados.


Saravá na Lei.
Um abraço fraterno.

O QUE A UMBANDA NOS ENSINA

Umbanda cheira cravos

A aprendizagem na Umbanda...
...e o que ela nos ensina?

O médium umbandista aprende mais do que ensina, porque na Umbanda, cada trabalhador espiritual de uma falange nos ensina alguma coisa...
- Com os "Cosminhos" aprendemos a alegria e a pureza;
- Com os "Baianos" aprendemos a simpatia e a simplicidade;
- Com os "Exus e Pombagiras" aprendemos a esperteza e o mistério;
- Com os "Pretos-Velhos" aprendemos a paciência e a tranquilidade;
- Com os "Caboclos" aprendemos a responsabilidade e a firmeza;
- Com os "Ciganos" aprendemos o amor e a espontaneidade;
- Com os "Orientais" aprendemos a cordialidade e a humildade...

Enfim, cada falangeiro nos ensina algo sobre nós mesmos, sobre nossa conduta e sobre a vida. Na Umbanda quem trabalha e quem é atendido aprende um pouco de cada vez. Os mensageiros ensinam através de gestos, palavras e ações. E o médium, ao observar, vai apreendendo e se aprimorando, melhorando, assim, seu caráter e sua conduta.

Quem procura a Umbanda para trabalhos diversos, como: amarração, vingança, etc... não procura a UMBANDA, procura a magia negra, porque na Umbanda se pratica a magia branca, a magia da paz e do amor. Essas pessoas desconhecem a Umbanda e seu verdadeiro mistério.

A Umbanda pode auxiliar a desenrolar uma situação através da oração, dos pontos e do atendimento; mas nunca fazendo uso das "mandingas" para prejudicar o próximo. Por isso, as pessoas confundem a macumba com feitiços de baixa vibração... Mas, quem conhece a verdadeira Umbanda e sabe seu real significado, jamais fará uso de sua Lei para prejudicar o próximo.

Muitas pessoas desistem da Umbanda porque ela ensina lentamente, porque suas ações se constroem aos poucos e as pessoas não tem paciência de esperar. E sempre existem aqueles que querem ações imediatas. E nesse caso, procuram a magia negra, sem importarem-se com o prejuízo que isso causa. O indivíduo estará preso à dívida cármica que acumulou, até quitá-la perante as Leis Universais.
Em cada atendimento que realiza o médium cura e é curado, ensina e aprende. E é assim a Umbanda!




A Umbanda cheira rosa, a Umbanda cheira guiné...
A Umbanda cheira rosa, a Umbanda cheira guiné...
Cheira cravo e cheira rosa, cheira flor de laranjeira...
Cheira cravo e cheira rosa, cheira flor de laranjeira."


Saravá na Lei.
Um abraço fraterno.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

ORIXÁS

XANGÔ


ORIXÁS 


   
1. Na Umbanda os Orixás são entendidos como divindades que tem funções bem definidas na criação, entre as quais as de auxiliar-nos, sendo que elas são bem conhecidas pelos umbandistas, que recorrem a um ou a outro Orixá, sempre de acordo com suas necessidades e procedendo segundo os procedimentos de cada um deles. 

Eles estão sempre a nossa disposição e tem sim a suas orações especificas. 

2. Os Orixás possuem poderes (ou energias) conhecidas como Axés, energias estas que, por provirem de divindades são realizadoras na vida dos seres. 

Como exemplo podemos citar uma pessoa com sérios embaraços em sua vida e que recorrem ao Orixá Ogum para desembaraça-la pois o seu axé traz entre outras vibrações divinas uma denominada vibração "desembaraçadora" e cuja função é desembaraçar tudo que estiver embaraçado. 


Portanto, ao falarmos em Orixá estamos falando de divindades realizadoras.



OXUM
3.  Não existe uma diferença de importância dos Orixás na Umbanda e no Candomblé porque em ambas eles são as divindades supremas sustentadoras da criação e só tem acima de si o Divino Criador Olorum.  

4. Na Mitologia tradicional dos Orixás eles foram descritos como seres humanos excepcionais e fundadores dos reinos e cidades míticas associadas a eles na região da África hoje conhecida como Nigéria. Mas, na Umbanda eles tem recebido uma nova interpretação onde são descritos como divindades- mistérios do Divino Criador Olorum. 

Esclarecidas as visões dos Orixás no Candomblé e na Umbanda então podemos afirmar que sim, tal como no Cristianismo Jesus ascendeu, os Orixás Mitológicos também ascenderam. 

5.  Uma pessoa pode saber a qual ou quais Orixás ela está conectada energicamente através de vários métodos ou jogos divinatórios tais como: o jogo de búzios, de cauris, do edingolum ou merindingolum, isto no Candomblé pois na Umbanda os processos de identificação são manipulados pelos Guias espirituais.


OXÓSSI

6.  Se tem muitas pessoas que costumam associar a Umbanda e os Orixás ao mal e a demônios isto se deve a intolerância religiosa, ao preconceito e ao racismo, infelizmente mascarados nas mensagens de supremacia de um deus branco e cristão, ignorância esta propagada continuamente por pessoas seguidoras de certas seitas cristãs.

7. Na Umbanda o fenômeno da psicografia não é tão cultivado quanto no espiritismo, mas após o surgimento das obras psicografadas por mim começou a surgir muitos outros médiuns umbandistas também possuidores desta faculdade mediúnica, fato esse comprovado pelos inúmeros livros já editados e que foram psicografados nos anos recentes. 


8.  A pessoa, para ser classificada como médium umbandista tem que possuir a faculdade mediúnica de incorporação. 

Agora, para ser umbandista não tem que possui-la e basta converter-se a Umbanda e seguir seus preceitos. 


IANSÃ

9.  A Umbanda vê a questão da obsessão espiritual de duas formas:

1.-  Como um problema cármico 
2.-  Como um desequilíbrio profundo no intimo do encarnado e que atrai seus afins desencarnados. 

10. Eu creio que a abordagem da mídia sobre a Umbanda e os Orixás é deficiente e isso deve-se ao fato de que a maioria dos repórteres e jornalistas tem dificuldade de entender a profundidade religiosa existente por trás dos trabalhos espirituais realizados nas sessões de atendimento ao publico pelos guias espirituais. 

Confundem os espíritos incorporados, dando consultas , dando passes energéticos e realizando descarregos com algo caótico ou pagão e não diferenciam esse tipo de trabalho socorrista, que aberto, da religião em si e da grandeza dos Orixás que dão sustentação a todos os trabalhos realizados pelos seus falangeiros ou guias espirituais. 


IEMANJÁ

11. O Orixá é um poder divino estável na criação e não estão sujeitos a desvios de condutas, inerentes aos seres humanos. 



Agora, espíritos ou forças da natureza regidos pelos Orixás e que são seres ainda em revolução, estes sim tanto podem ser direcionados para o bem tanto quanto para o mal, tudo dependendo do grau de evolução deles. 




OGUM
12. Não existe diferença do termo Orixá, a não ser na grafia,  para Umbanda, Candomblé e Quimbanda.













OXALÁ







OS TEMPLOS OU TERREIROS.



SANTUÁRIO

Os Templos 

Os templos são os locais criados pelos homens para cultuarem Deus e suas divindades, pois no decorrer dos tempos, os antigos cultos às divindades naturais foram tornando-se difíceis, justamente por causa do crescimento populacional, que foi deslocando as pessoas para longe dos lugares onde eram cultuadas: — os pontos de forças ou santuários naturais. 

Saibam que os povos antigos realizavam seus cultos a céu aberto, onde aconteciam cerimônias e festividades religiosas. 

Mas, devido às longas distâncias, não era possível manter uma assiduidade aos cultos, e aí começaram a criar uma alternativa que respondesse aos anseios das pessoas que sentiam a falta do contato freqüente com suas divindades. 


E surgiram os templos! 


TERREIRO DE UMBANDA XANGÔ



















Sim, os templos atendem essa necessidade dos seres, e são tão positivos que onde houver um, ali está um local onde as pessoas se colocam de frente para Deus e suas divindades. 

O fato concreto é que um templo é consagrado às praticas religiosas e dentro dele existe um campo eletromagnético que o diferencia, pois este campo é criado pelas irradiações que descem até ele desde o alto do altíssimo, inundando-o de essências religiosas despertadoras da fé. 

O campo eletromagnético interno de um templo não deve ser medido ou comparado com o seu espaço físico, pois localiza-se na dimensão espiritual, onde os parâmetros são outros. Assim sendo, saibam que se no espaço físico de um templo cabem cem pessoas, no seu campo eletromagnético caberão todos os espíritos que adentrarem nele. E se entrarem um milhão de espíritos, todos serão acomodados, pois o lado espiritual da vida é regido por outros princípios e outros parâmetros, que são divinos de ( Deus). 

O campo eletromagnético de um templo expande-se caso precise acomodar mais espíritos, ou contrai-se após recolhê-los e direcioná-los para moradas espirituais localizadas no astral. 

Saibam também que todo espírito que for acolhido, religiosamente, no campo de um templo, automaticamente e imediatamente começa a ser amparado pela divindade que rege o templo, e que ativa suas hierarquias para auxiliá-lo, curá-lo, doutriná-lo, e recolocá-lo na senda luminosa da evolução. 

Mas, se um espírito não for acolhido religiosamente, então os espíritos guardiões do templo o colocam para fora ou o enviam à alguma faixa vibratória negativa, onde, junto com seus afins, também viciados, terá todo o tempo que precisar para repensar sua vida desregrada. 

Por isso a Umbanda adotou o assentamento de Exu e Pomba-gira no lado de fora dos seus templos: — são estes guardiões cósmicos que enviam para as faixas negativas os espíritos ainda petrificados nos vícios e ainda vibrando sentimentos de ódio, vingança, etc. 

Mas, ao par da atração dos espíritos guardiões, todo templo tem o recurso da Lei Maior, que cria no espaço interno dele um pólo magnético bipolar, que puxa para o “alto” os espíritos que já forem merecedores de um amparo efetivo, e envia para o “embaixo” aqueles que precisam descarregar seus vícios emocionais. 

Portanto, não importa a que religião um templo pertence, pois nele Deus está presente e ativo, assim como ali está presente uma ou várias de suas divindades. Logo, caso adentrem num, peçam antes licença, e depois comportem-se religiosamente, pois senão estarão profanando um local consagrado e mostrando-se indignos de quem os recebeu com amor e boa vontade, assim como, estarão sendo vistos de frente tanto por Deus e suas divindades, como pelos espíritos que ali atuam em benefício de todos que ali vão, porque creem no poder da religião que o erigiu como mais uma casa do Pai



Saravá na Lei.
Um abraço fraterno... 

ALTARES E IMAGENS NOS TERREIROS.



   
Os Altares 


Toda religião tem seu altar, onde estão imagens, símbolos, ícones ou elementos indispensáveis à sua liturgia. 

Por liturgia, entendam como o conjunto de recursos ou “artigos” indispensáveis às práticas religiosas. 

Bom, o fato é que os altares não existem só porque alguém inventou um e depois todos os copiaram, só modificando os elementos distribuídos neles. Não mesmo, sabem? 

Sim, porque nós bem sabemos que um altar tem como principal função a de criar todo um magnetismo de nível terra, através do qual as irradiações verticais das divindades descerão até ele, e a partir dele, continuarão fluindo na horizontal, ocupando todo o espaço destinado às práticas religiosas que serão realizadas diante dele, e em nome das divindades cultuadas e nele assentadas. 

Um altar é um ponto de forças religiosas e, se devidamente erigido e fundamentado, através dele as irradiações das divindades alcançarão todos os fiéis postados diante dele. 

Nós, ao contemplarmos o altar de um templo de Umbanda Sagrada, vemos imagens de santos católicos, de divindades naturais, de anjos, arcanjos, caboclos, pretos velhos, crianças, sereias, etc. 

Para um leigo no assunto, a miscelânea religiosa não tem uma explicação lógica, pois junta elementos de diferentes religiões num mesmo espaço religioso, quando o mais comum é as religiões banirem de seus templos todo e qualquer elemento estranho a ela ou pertencente a outras, certo? 

Mas a Umbanda é uma síntese de todas as religiões, e todas reunidas num mesmo espaço religioso. 

Portanto, nela estão presentes correntes de espíritos hindus, chineses, persas, árabes, judeus, budistas, dóricos, egípcios, maias, incas, astecas, tupis-guaranis, ... e cristãos! 

E cada corrente espiritual se formou sob o manto luminoso da religião, à qual seus membros formaram sua crença no Deus único e nas suas divindades humanizadas, para melhor falarem dele aos seus filhos. 

Cada linha de trabalho do Ritual de Umbanda Sagrada é regida por um Orixá intermediador, que também pode ser um espírito  assentado nas hierarquias naturais pelos senhores Orixás intermediários, que os tem no grau de seus intermediadores para a dimensão humana da vida, que é onde os seres espiritualizados (nós) vivem e evoluem. 

Então os médiuns, todos com alguma formação cristã, colocam Jesus Cristo, um Oxalá intermediário humanizado, como o pontificador de seu altar, distribuindo mais abaixo as imagens dos santos sincretizados com os outros Orixás. 

O sincretismo explica o uso de imagens cristãs, e o fato de que muitos espíritos que incorporam nos seus médiuns terem evoluído sob a irradiação do cristianismo as justifica. Assim como a imagem de “caboclos” índios ou soldados “romanos” (linha dórica) são explicadas como sinalizadoras de que ali baixam mentores espirituais cuja formação religiosa processou-se sob a irradiação de outras religiões. 

E o uso de cristais, minérios, flores, colares de pedras semipreciosas, armas simbólicas, símbolos mágicos, etc., explica que muitas linhas de forças intermediárias, intermediadoras ou espirituais ali estão representadas, ativadas e prontas para intervirem em benefício de quem for merecedor do auxílio dos espíritos ou dos Orixás. 

Os fundamentos religiosos e mágicos de um altar, só mesmo quem o erigiu pode explicá-lo. Mas o fundamento divino que justifica a existência deles nos templos, é esta: 

— “Todo altar é um local onde, se nos postarmos reverentes diante dele, estaremos bem de frente e bem próximos de Deus e de suas divindades humanizadas”. 

Mas existem altares naturais que são locais altamente magnetizados ou são vórtices eletromagnéticos, cujo magnetismo e energia criam um santuário natural que, se o consagrarem às práticas religiosas, neles as pessoas entrarão em comunhão com as divindades naturais regentes da natureza. 

Saibam que o culto junto a elementos da natureza, onde são tidos como potencializadores da fé das pessoas não é um privilégio do Candomblé ou da Umbanda, pois todas as religiões os tem. Vamos a alguns locais: 

— Islamismo: culto à Caaba ou pedra fundamental da religião islâmica. 

— Judaísmo: culto à Montanha Sagrada onde Moisés recebeu de Deus os Dez Mandamentos. 

— Religião Grega: Monte Olimpo. 

— Taoísmo: Montanhas Sagradas. 

— Budismo: Montanhas Sagradas. 

— Hinduísmo: Rio Ganges, e muitos outros pontos da natureza. 

— Xintoísmo: Monte Fuji (Japão), montanha sagrada e símbolo religioso nacional do povo japonês. 

— Naturalismo Inglês: Stonehenge, santuário natural construído por gigantescos monólitos, com datação de uns 3.000 anos antes de Cristo. 

— Hunas: Havaí, Kilauea, o vulcão sagrado. 

— Cristianismo: Monte das Oliveiras e a Colina do Gólgota.


Bom, paramos por aqui, pois como viram, toda religião tem seus lugares sagrados ou santos. 

Umas vivem a criticar ou renegar as práticas das outras, mas algo superior conduz todas aos seus fundamentos “naturais” onde as pessoas associam locais com poderes supra-humanos e os tornam santuários ou altares a céu aberto, onde cultuam Deus e suas divindades. 

A Umbanda, porque derivou dos cultos de nação (Candomblé) e fundamenta-se nos sagrados Orixás, os quais (corretíssimo) regem os elementos e a própria natureza, com a qual são associados, não dispensa seus santuários naturais. 

Assim, a montanha é o santuário natural de Xangô e uma pedra-mesa é um altar, onde o oferendam. 

- Os rios são o santuário de Oxum, e uma cachoeira é um seu altar, onde é oferendada. 

- O mar é o santuário de Iemanjá, e a praia é seu altar, onde é oferendada. 

- As matas são o santuário de Oxossi, e um bosque é o seu altar, onde é oferendado. 

E com todos os outros Orixás o mesmo acontece, pois são os regentes naturais do nosso planeta e antes de surgir qualquer religião eles já o regiam, e sempre o regerão, assim como nos regerão, pois somos seus filhos naturais. 

Portanto, antes de criarem os templos e seus altares, já reverenciavam as divindades e cultuavam o divino diante de seus altares naturais localizados em seus santuários, que é a própria natureza. 



As Imagens 


As imagens sacras são tão antigas quanto as religiões, e têm o poder de impor um respeito único aos frequentadores dos templos, onde são colocadas justamente com a finalidade de induzir as pessoas a uma postura respeitosa, silenciosa e reverente. 

Saibam que na antiguidade mais remota as pessoas cultuavam os poderes do desconhecido mundo espiritual através da:

- litolatria (culto das pedras tidas como sagradas), 

- fitolatria (culto à árvores tidas como sagradas),

-hidrolatria (culto à rios ou lagos tidos como sagrados), etc. 

Uma divindade era identificada com um elemento da natureza, e através dele a cultuavam. 

Este hábito era comum a todos os povos espalhados pela terra, ainda na idade da pedra. E com o tempo também foi aparecendo o culto a algumas pessoas tidas como superiores. Só porque realizavam fenômenos mediúnicos ou prodígios magísticos, à volta delas criava-se toda uma mística que, mais dias menos dias, as divinizavam. Então eram “entronadas” como deuses. E seus seguidores, após sua morte, abriam o culto a elas, pois acreditavam que seriam amparados, dando início ao culto às figuras deles entalhadas em pedras ou troncos (totemismo). 

Com o tempo as técnicas de entalhe foram sendo aperfeiçoadas e estátuas muito parecidas com os falecidos “incomuns”, começaram a ser feitas em série pelos artesãos de então, surgindo a antropolatria (culto a pessoas tidas como “deuses” ou divinizadas ainda em vida na carne). 

Vide Jesus Cristo, Buda, São Francisco, etc., que, ainda encarnados, já eram reverenciados pelos seus seguidores como pessoas portadoras de dons divinos e de mensagens religiosas poderosas. 

Saibam que isto é verdade no caso das pessoas em questão, pois Jesus Cristo fundou uma magnífica religião e a tem sustentado com sua mensagem divina e com o poder que manifesta de si mesmo, pois é um genuíno filho unigênito (nascido único) de Deus Pai. E o mesmo se aplica ao Buda, também um filho unigênito de Deus. 

Com isso explicado, então que fiquem cientes que o culto ou a postura reverente diante de imagens sacras é um recurso humano muito positivo, pois elas despertam nas pessoas o respeito, a reverência, a fé e a religiosidade. E Deus não pune ninguém por orar ao seu santo e fazer promessas (desde que as cumpra), assim como não vira o rosto se alguém ajoelhar-se diante da imagem de um santo ou de uma divindade para clamar por auxílio, pois ambos respondem, mesmo, a quem tem fé em seus poderes e ajudam segundo o merecimento de quem os evocou. E até realizam milagres, caso o Altíssimo lhes ordene. Certo? 

Ou vocês acham que só Jesus Cristo é um Trono de Deus que humanizou-se e espiritualizou-se para melhor se fazer entender pelas pessoas? 

Saibam que Deus Pai fala aos homens através dos homens, e também costuma responder aos nossos clamores através de suas divindades, sejam elas naturais ou espiritualizadas. 

Os que condenam a idolatria, não fogem à regra e pratica a: 

- “símbololatria” (reverência à símbolos sagrados) ou a 

- “verbolatria” (respeito, obediência e sacralização de frases cuja mensagem é religiosa e despertadora da fé dos seus crentes). 

As aspas são nossas, pois acabamos de criar estas duas palavras, já que muitos cabalistas creem, corretamente, no poder dos símbolos sagrados, e muitos creem no poder de certas frases, mantras, orações, etc. 

Saibam que, num determinado nível vibratório, tanto os símbolos sagrados quanto as palavras sacras têm, realmente, ressonância magnética e sonora que ativam mistérios de Deus e poderes de suas divindades. 

Logo, caso alguém aprecie as imagens sacras, então não precisa temer a ira divina, pois Deus não mede nossa fé através da forma como a externamos, mas sim através da sua intensidade e do nosso respeito e reverência diante de símbolos sacros. 

Além do mais, que diferença há entre uma imagem de Jesus Cristo, que em seu silêncio nos está dizendo tudo o que precisamos ouvir e está nos mostrando em si mesmo tudo o que precisamos ver para segui-lo rumo ao Pai, e a oratória inflamada de um pregador que, brandindo seu livro santo, ameaça seus seguidores com o fogo do inferno caso não sigam à risca o que nele está escrito? 

Não sabem? 

Bom, então nós respondemos, dizendo isto: uma imagem sacra de Jesus Cristo, no seu silêncio “religioso”, fala ao nosso íntimo e nos faz vibrar amor e fé. Já o pregador inflamado, com seus berros e suas ameaças, apenas desequilibra o emocional de quem o ouve, e com seus gestos radicais apenas desperta o medo do inferno, mas não o verdadeiro amor a Deus ou ao seu filho unigênito, o nosso amado mestre Jesus. 

Saibam que quem realmente ama Deus e tem fé no seu amparo divino não teme o diabo. Mas quem vive chamando Deus para combater os demônios que o apavoram e vivem “tentando-o”, este é só um ser emocionado e desequilibrado que ainda não vibra o verdadeiro amor e a pura fé  N’Ele,  o nosso Criador. 


Um abraço fraterno...



AS SETE LINHAS DE UMBANDA

AS SETE LINHAS DE UMBANDA

As 7 Linhas de Umbanda.

Você sabe quais são as sete linhas da umbanda?

Com toda certeza já deve ter ouvido falar, ou pelo menos cantado algum ponto que fala sobre as sete linhas.

Procuramos estudar todos os aspectos da nossa religião e as sete linhas não poderiam ficar ausentes deste estudo.

As “sete linhas da umbanda” é mais um dos mistérios de nossa religião.

Sabemos que no início da umbanda, quando Zélio de Moraes começou o que se chamaria umbanda, pois sabemos que inicialmente o Caboclo das Sete Encruzilhadas chamou de “embanda”; possuímos arquivos de áudio onde Zélio de Moraes conversando com um amigo fala sobre o nome da religião e revela de maneira clara que o nome escolhido inicialmente era “ALABANDA” e que segundo o Orixá Male significaria “O LADO DE DEUS”...

Você com toda certeza pode ter dúvidas sobre quais seriam estas sete linhas, pois se sair pesquisando de porta em porta em todos os Terreiros deste país não vai encontrar um consenso na resposta, e todos sabemos o motivo disso:

A DIVERSIDADE DE RITUAIS E FUNDAMENTOS EXISTENTES EM NOSSA RELIGIÃO.

Desde da origem da umbanda em 1908 tivemos várias influências que acabaram em algumas situações modificando de forma violenta a pureza e a simplicidade da umbanda apresentada pelo Caboclo das sete encruzilhadas.

A solução com toda certeza, é ir buscar na origem da umbanda a resposta para esta pergunta.

Alguém já disse: 

“Quando quiser beber de água limpa, procure a fonte de onde provém o riacho...”

Já que vamos voltar ao passado, procurando novamente pegar o caminho correto da história, e assim entendermos melhor nossa religião, fazemos outra pergunta:


QUAL FOI A PRIMEIRA VEZ QUE SE CODIFICOU AS SETE LINHAS DA UMBANDA?

Você deve saber que as sete linhas foram codificadas pelos homens, não foram os Orixás que determinaram quais seriam estas sete linhas.

Quando Zélio de Moares iniciou a umbanda ele trabalhava somente com o Caboclo das Sete Encruzilhadas e com o Preto Velho Pai Antonio, somente cinco anos depois que Orixá Male começou a trabalhar; este assunto já é por demais difundido e todos já devem conhecer.

Então naquela época ainda não se falava em sete linhas da umbanda...

Em 1925 um jornalista e escritor publicou pela primeira vez artigos falando sobre a recém criada linha branca de umbanda (assim era chamada a umbanda naquela época), seu nome era LEAL DE SOUZA.

Em um destes artigos Leal de Souza define as sete linhas da Umbanda:

“A Linha Branca de Umbanda e Demanda, compreende sete linhas: a primeira de Oxalá; a segunda de Ogum; a terceira, de Euxoce (Oxóssi); a quarta, de Xangô; a quinta de Nha-San (Iansã); a sexta de Amanjar (Iemanjá); a sétima é a linha de Santo, também chamada de Linha das Almas.”

Esta matéria jornalística acabou virando um livro chamado “O ESPIRITISMO, A MAGIA E AS SETE LINHAS DA UMBANDA” sendo o primeiro livro a falar sobre a umbanda.

Leal de Souza conviveu com Zélio de Moraes durante vários anos, foi dirigente de uma das Tendas criadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, era uma pessoa inteligente e bem informada e após longo tempo de observação das entidades que se manifestavam na umbanda sugeriu a primeira codificação:

Linha de Oxalá
Linha Ogum
Linha Oxossi
Linha de Xangô
Linha de Iansã
Linha de Iemanjá
Linha das Almas


Também seguimos exatamente estas linhas..
Um abraço fraterno.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PILARES DA UMBANDA

Conforme apresentei a vocês ,  nosso Blog abordará sempre o fundamento de nossa religião, os ensinamentos e a ritualística de nossa Doutrina.

Hoje abordarei os pilares que regem a Umbanda e qualquer religião pautada nos ensinamentos de JESUS CRISTO, que são instrumentos transformadores do ser humano.

PILARES DA UMBANDA

A FÉ:


A Fé era a única certeza que Deus não os abandonara e quais os humilhavam seriam um dia tratado do mesmo modo. A grande maioria seguia este caminho, mas havia muitos revoltados. Alguns pensavam em vingança e viviam para fugir e se vingarem. Estes irmãos sofreram ainda mais, pois sem Fé e esperança em Deus, suas mentes adoeciam e acabavam mortos e sem esclarecimentos espirituais.

Chegando ao Mundo Espiritual cheio de ódio e querendo justiça com as próprias mãos. Até hoje muitos irmãos ainda perseguem e cobram aos seus antigos Senhores as maldades que sofreram. Ainda não despertaram e se julgam com direitos a fazer cobranças. Esquecem que Deus tudo vê, e que nada, nem ninguém passa escondido aos seus olhos. Se houve revolta e vingança, também à Luz se fez. No meu pequeno conhecimento sobre os espíritos, creio que nunca se viu irmãos, mais humildes e iluminados.

Quanto Amor quanta Fé bem-dizem as dores e sofrimentos que passaram por Amor a Deus. Reconhecem que tudo serviu para purificá-los a elevação de seus espíritos. Agradecem a Deus a posição de Escravos e não de Senhores. 

“Fé é acreditar sem qualquer desconfiança,

Ainda que na frente nenhuma luz exista,
Deixando a dúvida e a falta de esperança,
Para aqueles que andam apenas por vista.
Confiar nas promessas de Deus, isso é fé,
Quando parece que Deus já nos esqueceu,
É não duvidar nem vacilar como São Tomé,
Nem buscar sinais e lamentar o que não sucedeu.
Fé é acreditar em Deus e nunca esquecer,
A esperança dum futuro que um dia virá,
Fé é a coragem de acreditar sem esmorecer,
Que tudo o que esperamos um dia acontecerá.”

David Berg


Fé refere-se à capacidade de acreditar, e independe de qualquer motivação específica. Manifesta-se de várias maneiras e pode estar vinculada a questões emocionais e motivos nobres ou estritamente pessoais. Pode estar direcionada a alguma razão específica ou mesmo existir sem razão bem definida e não carece absolutamente de qualquer tipo de evidência física racional. 

A fé pode manifestar-se direcionada tanto a pessoa quanto a um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um conjunto de regras, uma crença popular, uma base de propostas ou dogmas de uma determinada religião. Fé não é baseada em evidências físicas reconhecidas pela comunidade científica. A fé geralmente é associada a experiências pessoais e pode ser compartilhada com outros através de relatos. Nesse sentido é geralmente associada ao contexto religioso e a decisão de “ter fé” é unilateral, ou seja, o objeto da fé direcionada é do livre-arbítrio de cada um. A bíblia, um livro religioso e considerado sagrado por muitas religiões cita bastante a fé. Nela se encontra uma definição geral por: “a fé é acreditar em coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem, independentemente daquilo que vemos, ou ouvimos” (Hebreus 11:1). 

Sou a irmã mais velha da Esperança e da Caridade: chamo-me Fé. 

Sou grande e forte. Aquele que me possui nem teme o ferro, nem o fogo: é na prova de todos os sofrimentos físicos e morais. Irradio sobre vós com um facho cujos jactos brilhantes se refletem ao fundo dos vossos corações e vos comunico a força e a vida. Entre vós dizem que transporto montanhas, mas eu vos digo: Venho erguer o mundo, porque o Espiritismo é a alavanca que me deve ajudar. Uni-vos à mim; venho convidar-vos: eu sou a Fé. 

Sou a Fé! Moro com a Esperança, a Caridade e o Amor, no mundo dos Espíritos Puros. Muitas vezes deixei as regiões etéreas e vim à Terra para vos regenerar, dando-vos a vida do Espírito. Mas, fora os mártires dos primeiros tempos do cristianismo e alguns fervorosos sacrifícios, de longe em longe, ao progresso da ciência, das letras, da indústria e da liberdade, não encontrei entre os homens senão indiferença e frieza e, tristemente, retomei o meu vôo para o céu. Julgais-me em vosso meio, mas vos enganais: porque a Fé sem obras é um semblante de Fé. A verdadeira Fé é vida e ação. 

Antes da revelação do Espiritismo, a vida era estéril; era uma árvore, ressequida pelo raio e que nenhum fruto produzia. Reconhecem-me por meus atos: eu ilumino as inteligências e aqueço e fortifico os corações; afasto para bem longe as influências enganadoras e vos conduzo para Deus pela perfeição do espírito e do coração. Vinde colocar-vos sob minha bandeira; sou poderosa e forte: eu sou a Fé. 

Sou a Fé e o meu reino começa entre os homens, reino pacífico, que os tornará felizes no presente e na eternidade. A aurora de meu aparecimento entre vós é pura e serena; seu sol será resplandecente e seu ocaso virá docemente embalar a humanidade nos braços de eternas felicidades. 

CARIDADE

CARIDADE 

Caridade é atender aos filhos ou irmãos sem cobrar um centavo por saber que Caridade não se cobra. Dê de graça o que de graça, recebemos!

Jesus é Mestre Supremo e segundo suas pegadas, veremos que este foi é o exemplo a ser seguido. 

Vê-se que em suas caminhadas na Terra nada era cobrado. Levava o Evangelho e as palavras de Deus sem cobrar nada a ninguém. Curava, ouvia os seus seguidores, perdoava, mostrava o caminho, não separava seus irmãos e apontava os defeitos. Nem lhes apontava os defeitos. 

Via em todos o caminho para a casa do Pai. Alimentava-se em casa de irmãos ou pessoas nem sempre de boa conduta. Recebia abrigo e na manhã seguinte seguia nova jornada. Nunca houve pagamento em troca. É por este caminho ou lei que seguiremos na Umbanda. 

Eu sou a Caridade; sim, a verdadeira Caridade. Em nada me pareço com a caridade cujas práticas seguis. Aquela que entre vós usurpou o meu nome é fantasista, caprichosa, exclusiva, orgulhosa; venho vos premunir contra os defeitos que, aos olhos de Deus, empanam o mérito e o brilho de suas boas ações. Sede dóceis às lições que o Espírito de Verdade vos dá por minha voz. Segui-me, meus fiéis: eu sou a Caridade. 

Segui-me. Conheço todos os infortúnios, todas as dores, todos os sofrimentos, todas as aflições que assediam a humanidade. Sou a mãe dos órfãos, a filha dos velhos, a protetora e suporte das viúvas. Curo as chagas infectas; trato de todos os doentes; visto, alimento e abrigo os que nada têm; subo aos mais humildes tugúrios e às mais miseráveis mansardas; bato à porta dos ricos e poderosos porque, onde quer que exista uma criatura humana, há, sob a máscara da felicidade, dores amargas e cruciantes. Oh! como é grande minha tarefa! não poderei cumpri-la se não vierdes em meu auxílio. Vinde a mim: eu sou a Caridade. 

Não tenho preferência por ninguém. Jamais digo aos que de mim necessitam: “Tenho os meus pobres; procurai alhures”. Ó falsa caridade, quanto mal fazes! Amigos, nós nos devemos a todos. Crede-me: não recuseis assistência a ninguém. Socorrei-vos uns aos outros com bastante desinteresse para não exigir reconhecimento de parte dos que tiverdes socorrido. A paz do coração e da consciência é a suave recompensa de minhas obras: eu sou a verdadeira Caridade. 

Ninguém sabe na terra o número e a natureza de meus benefícios. Só a falsa caridade fere e humilha àqueles a quem beneficia. Evitai esse funesto desvio: as ações desse gênero não têm mérito perante Deus e atraem a sua cólera. Só ele deve saber e conhecer os generosos impulsos de vossos corações, quando vos tornais os dispensadores de seus benefícios. Guardai-vos, pois, amigos, de dar publicidade à prática da assistência mútua; não mais lhe deis o nome de esmola. Crede em mim: eu sou a Caridade. 

Tenho tantos infortúnios a aliviar que por vezes tenho o colo e as mãos vazias: venho dizer-vos que espero em vós. O Espiritismo tem como divisa Amor e Caridade; e todos os verdadeiros Espíritas quererão, no futuro, conformar-se a esse sublime preceito ensinado pelo Cristo há dezoito séculos. Segui-me, pois, irmãos, e eu vos conduzirei ao reino de Deus, nosso Pai. Eu sou a Caridade. 

(Espírito Adolfo – R. E. 1862) 

Não há mais bela virtude. Nela se resumem todas, porque todas dimanam dela, como em nosso sistema solar toda a luz irradia do Sol. 

A caridade é o bálsamo que consola todas as dores; o manto que tapa toda a nudez; o auxílio que socorre toda a miséria; o pão que mitiga toda a fome; a água que sacia toda a sede; a luz que ilumina toda a treva; a força que anima toda a fraqueza; o sentimento que penetra todos os corações; a riqueza ao alcance de todos os mendigos. 

Como nem só de pão vive o homem, nem só é caridade a que se resume na esmola. Caridade é consolar os tristes, confortar os que sofrem, encorajar os tíbios, perdoar aos que erram, ensinar os que ignoram, levantar os que caem, suster os que tombam, amparar os que fraquejam. 

Caridade é fazer justiça, é corrigir o defeito, é animar o tímido, é proteger o ousado, é exalçar a verdade, é enobrecer o humilde, é semear a paz, é pugnar pelo bem, é estabelecer a concórdia, é servir o amor, é esquecer agravos, é desculpar as faltas alheias, e é, acima de tudo, adorar a Deus. 

Como adorar a Deus? Pois em adorar a sede suprema de toda a caridade, existe caridade? Existe! 

Se é caridade tudo que se pense, que se obre, que se deseje, que se peça, em benefício dos outros, não é menos caridade a que se tiver para conosco próprios. E amar a Deus é ter caridade para conosco. 

É do amor que lhe temos, que há de sair o ânimo para o servirmos, e do modo como o servirmos há de resultar o serviço que poderemos prestar aos outros; e desse amor e deste préstimo há de vir a nossa mercê. 

Se bem amarmos a Deus bem o havemos de servir, e para bem o servirmos havemos mister praticar a caridade, nas suas mais variadas manifestações de bondade, de amor e de conforto. E depois todos nós somos mais pecadores do que os outros. Pelo menos assim nos devemos julgar, porque conhecemos melhor as nossas faltas, do que as dos estranhos; e as faltas que se conhecem, ainda que sejam leves, são sempre maiores do que as que se ignoram. O que é ignorado é como que se não existisse. 

Como o homem, na Terra, só é homem desde que nasce, a flor só é flor desde que desabrocha, o rio só é rio desde que corre, o dia só é dia desde que o carro de ouro do Sol aparece, as coisas só começam a ser desde que se descobrem e, por isso, a falta só é falta quando se conhece. 

A maior parte das vezes é só conhecida pelo que a pratica, e isso basta para que seja falta, e para que para ela haja mister caridade. Não é preciso que o nosso vizinho conheça a nossa fraqueza para que nós a conheçamos e a procuremos remediar. A consideração do nosso vizinho não é maior do que a nossa, e realmente nós não tememos a apreciação dele: – a que tememos, a que nos punge, a que nos acusa, é a nossa. 

Se em nossa consciência não temos o respeito por nós próprios, também nos não importa o dos outros. O respeito dos outros está em nosso amor pela nossa própria individualidade e pelo conceito que dela queremos que tenham. Podem os estranhos ter por nós toda a veneração, que se ela não encontra eco em nosso peito e em nosso cérebro, é como se não existisse. Será como brocados e pedrarias a enfeitarem um morto. 

Se temos faltas que perturbem o nosso sossego ou distraiam a nossa meditação tranquila, nada há fora do nosso ser que no-las faça esquecer. Falta existente, sabida só por nós, é maior do que falta presumida por todo o mundo e que não exista. Para essas que nos afogam no seu charco, que nos esmagam com o seu peso, que nos torturam na sua engrenagem, que nos dilaceram com as suas invisíveis garras, é que virá o alívio em nosso amor a Deus, e na caridade, que pela nossa caridade, Ele para conosco tiver. 

Não sei de sentimento mais vasto do que o da caridade. Amamos as criancinhas frágeis, doentes, rotinhas, famintas, de pele engelhada sobre os ossos em atrofiado crescimento? Temos caridade. Amamos as criancinhas rosadas, felizes, travessas, impertinentes; desculpamos-lhes as suas maldades, perdoamo-lhes os seus atrevimentos, servimo-lhes os seus caprichos, satisfazemo-lhes os seus desejos? Temos caridade. 

Amamos os velhinhos trôpegos, de cabeça alva como flocos de espuma, no inverno da vida, despidos de ilusões como as árvores despidas de folhas, de braços descarnados, que se elevam ao céu, numa prece de despedida, como os troncos desnudados das árvores em dezembro despedindo-se das derradeiras folhas que os vestiram e alindaram? Temos caridade. 

Visitamos os encarcerados e os enfermos, levando-lhes lembranças que os alegrem no meio da sua tristeza, e palavras que os consolem e lhes aliviem os sofrimentos, como raios de luz que lhes iluminem a escuridão do seu viver? Temos caridade. 

Amamos o nosso semelhante, amamos o nosso inimigo, amamos os animais das raças inferiores, amamos as plantas, somos compassivos, somos tolerantes, somos generosos? Temos caridade. A esmola que se lança às escondidas, na mão rugosa e suja da mendiga; o auxílio que se presta ao amigo em ocasião difícil; o sacrifício que se faz por alguém em qualquer oportunidade; o conselho que se dá a quem necessita de guia; o lume que se presta a um desconhecido; o sal que se dá ao vizinho pobre; o caminho que se desempeça ao viandante; o percurso que se ensina ao caminheiro; o incitamento feito a quem se meta em empresa útil, é tudo caridade. 

Ilumina ela mais do que o Sol, porque brilha de noite, brilha nas minas subterrâneas, brilha nas mansardas, brilha nas tocas, brilha na dor, brilha até na morte; e o Sol brilha só onde não encontre coisa que lhe impeça a marcha. Para o brilho da caridade nada há que faça sombra, e para ofuscar o do Sol basta uma débil folha de rosa, uma microscópica asa de inseto alado, a fita solta de uma renda preciosa. 

E, se brilha mais do que o Sol, mais do que o Sol ela aquece também, porque aquece sempre, e – generosa caridade! – aquece tanto mais quanto mais afastado anda o astro-rei das criaturas carecidas de calor. Onde ela chega cessa o sofrimento, dilui-se a dor, desaparece o abatimento. 

Servida pelos bons, amada pelos tristes, desejada pelos sofredores, cantada pelos poetas, exercida pelos santos, venerada pelos justos, adorada pelos simples, pregada pelos profetas e querida por Deus, ela é o que de mais modesto, mais emocionante, mais precioso existe. Simples dentro da sua grandeza; grande dentro da sua simplicidade. 

Brilha sem ofuscar, aquece sem queimar, refresca sem gelar, socorre sem rebaixar, serve sem vexar, guia sem enganar, aconselha sem ofender, corrige sem molestar, destaca-se sem se impor. Entraja-se na modéstia, dá escondendo a mão, aparece velando o rosto. Visita os prostíbulos, os palácios, os ergástulos, as espeluncas, as igrejas, as oficinas, os hospitais, as minas, os mares, os sertões, os presídios, as escolas, e até o cadafalso, sempre humilde, sempre solícita, sempre afetuosa, sempre boa. 

Quem conhece, pois, virtude de mais realce, riqueza de mais valor, afeto de mais merecimento, luz de mais irradiação, manto que mais cubra, carinho que mais conforte, princípio que mais enobreça, religião que mais sirva e serviço maior da religião? 

Toda a palavra, toda a obra do nosso Divino Mestre, rútilo farol com que Deus vem iluminando tantos mundos, pode caber dentro desta palavra tão curta e tão simples – caridade. Toda a lição cristã se resume em amar a Deus sobre todas as coisas, e o próximo mais do que a nós mesmos; e este preceito, que é uma maravilha de filosofia, de verdade e de amor, cabe dentro da caridade como o homem cabe no óvulo fecundado, o cedro do Líbano na microscópica semente de que germina e a luz que ilumina o espaço cabe na estrela de que irradia. 

Ela é a mater de todos os sentimentos puros, de todos os afetos santos. Alva como a neve, e como a neve: – pura. Com ela não se pode misturar sentimento ou ação ruim que a não desvirtue, enodoe ou transforme. 

Desconhece o interesse, repele o egoísmo e abomina a crueldade. Existe no amor de mãe, no carinho filial, na dedicação do sábio, na abnegação do missionário, na bondade da mulher, na retidão do juiz, no sacrifício do pai, na amizade do amigo e até na piedade, na comiseração, do desconhecido. 

Em tudo onde haja vida e amor existirá a caridade. 

Ela é a fada linda e branca de todas as coisas; a parte sã e preciosa de todos os organismos inteligentes; é a emanação divina, o fluido universal que Deus espalhou pelo infinito, para adoçar, corrigir, modificar, as asperezas, os desequilíbrios, as desigualdades humanas, reveladas no homem, na família, na sociedade, no mundo; é o bálsamo para todas as dores, o obreiro de toda a paz, o antídoto de todo o mal. 

Filha dileta de Deus, é o anjo de níveas asas que Ele lançou por esse Universo fora, para melhorar a triste condição do corpo e do espírito humano. É, enfim, a Caridade. 

HUMILDADE
HUMILDADE:

Humildade é o caminho único para se servir a Deus. Todos nós encarnados ou não, devemos ser simples e humildes. Nosso exemplo maior é Jesus. Nasceu numa manjedoura, veio com a missão de Rei, mas nunca foi ligado a bens materiais. Nada nem ninguém o tiraram do caminho certo. Sabia o valor do dinheiro, do ouro, podia obter riquezas e prestígio fácil.

A sua volta, todos erros e ganâncias eram comuns. Não se precisava muito para justificar uma grande fortuna ou títulos de nobreza. Jesus sabia como ninguém que os bens eram necessários, mas como Mestre visto que a Humildade e Nobreza de Coração eram títulos mais importantes.

O homem precisa do seu trabalho, ganhar o pão com o suor do dia, mas não pode ser escravo do dinheiro. O corpo não vive sem alimento, sem roupas ou teto. Sem trabalho e sustento ninguém sobrevive. Deus nos mostra que pelo trabalho, nos melhoramos e nossas matérias recebem as forças para cumprirem suas missões. Nosso lar, nossa família são à base de partida para uma jornada de luz. 

Mas Jesus nos recomenda, não acumulemos tesouros na terra, onde os vermes e as traças os destroem. Acumulemos bens no Astral, onde nada e nem ninguém podem destruí-los. O que são estes Tesouros, Bens Materiais. Ninguém levará nada destes valores. 

Na terra ficará tudo que materialmente compramos. Só as boas Ações, 

Caridades prestadas seguirão conosco. Sejamos humildes, usemos tudo que Deus nos empresta por meio do dinheiro com sabedoria.Vamos ter o teto, a roupa, o conforto que a matéria precisa, mas lembremos de dividir com os nossos irmãos de jornada. 

A oportunidade sempre aparece. Hoje é alguém com fome, amanhã é um vizinho doente, por vezes basta um aperto de mão, um sorriso ou um abraço e já fizemos a nossa parte. Sejamos humildes e pensemos que hoje ajudamos, e amanhã seremos ajudados. Ninguém encarnado ou não, vive sem ajuda de Deus. 

Ao ler e estudar o Evangelho veremos que os Simples e Humildes verão o Reino dos Céus. 

Isto é, habitarão uma das moradas do Senhor. Meu irmão, na vida material precisa de simplicidade. Esta só é possível se nos curvarmos diante das boas ações e nos empenharmos em Jesus, Médium Perfeito é a humildade sem igual. Estamos na escola da vida e agora iniciamos as aulas da Espiritualidade. Sempre que oramos ou entramos em prece sejamos simples. Vejamos os nossos erros e faltas cometidas. Antes de pedir, agradecemos tudo que Deus nos tem dado. Os espíritos de Luz estão nesta elevação, por suas boas ações e simplicidade. 

Médiuns Vaidosos é Médium doente. Sua vaidade afasta a Luz, e os bons espíritos não se afinam. Não há como juntar as trevas a Luz. Aos poucos nossos amigos espirituais se afastam e só irmãos sofredores encontram afinidade. Vamos nos policiar. Quando um amigo maior ajudar alguém, não se julguem em grande posição, somos apenas intermediários. 

Este Amigo também sabe que ele nada fez a não ser ter a graça de servir a Deus. Então para que dizer: Eu tenho um Guia Forte… Ou sou um ótimo médium. Vamos ser humildes, quando surgir um elogio, lembre-se que o mérito não é seu. Você teve sim, oportunidade de se melhorar e Deus lhe deu esta chance de evoluir. Quanto mais simples, melhor será a comunicação entre os dois Planos. 

Portanto, a Umbanda é uma religião lindíssima, e de grande fundamento, baseada no culto aos orixás e seus seguidores. Estes grupos de Espíritos estão na Umbanda “organizados” em linhas: Nanã, Iemanjá, Oxum, Iansã, Ogum, Xangô, Oxossi, Obaluaê e Omulú, Crianças, Povo do Oriente, Preto-Velhos, Malandros e Exus. Cada uma delas com funções, características e formas de trabalhar bem específicas, mas todas subordinadas as forças de Zambi e Oxalá. 

Na verdade a Umbanda é bela exatamente pelo fato de ser mista como os brasileiros, por isso, é uma religião totalmente brasileira. 

Humildade refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão. 

Humildade vem do Latim humus que significa “filhos da terra”, ao analisarmos esta frase, encontramos material suficiente para aprender sobre a humildade: 

Se diz que a humildade é uma virtude humilde, quem se vangloria da sua, mostra simplesmente que lhe falta. É nessa posição que talvez se situe a humilde confissão de Albert Einstein quando reconhece que “por detrás da matéria há algo de inexplicável”. 

Exemplo: “Eu sou o mais humilde de todos aqui” isto prova a falta completa de humildade. 

O contrario da humildade é a soberba. 

Não há dúvida alguma de que a característica comportamental do ser humano, a humildade, influi de maneira decisiva nos rumos da vida em sociedade. Desde os tempos mais longínquos de vida na Terra, em que a natureza obrigava o homem a empregar grandes esforços na sua luta pela sobrevivência em um mundo hostil, é de se esperar que a união em harmonia e equilíbrio promova melhores resultados do que a sociedade onde impera a vaidade, o orgulho, o individualismo e a falta de humildade em atos e ações. 

Nos dias modernos, com o avanço científico e tecnológico, onde a transformação de bens materiais brutos em componentes imprescindíveis à vida do homem moderno, cada vez mais a competitividade na geração do trabalho pessoal e coletivo torna-se maior e mais forte, sendo o fator humildade o grande diferencial para o sucesso de uma reencarnação produtiva e mais feliz. 

Assim, estudarmos a humildade como componente do comportamento humano, visando melhor desempenho da sociedade, é fundamental a fim de promover as reestruturações e adaptações no novo mundo regenerado. 

Analisar a humildade do ponto de vista de bens materiais é o mesmo que analisar uma pedra como fator responsável pela morte de uma criatura atirada para tal finalidade. É necessário, portanto, avaliar a humildade como característica intrínseca do indivíduo, herdada desde a criação do Espírito, como centelha componente do amor Divino e sujeita a todas as leis da evolução humana, rumo à perfeição. 

É muito comum definir como sinônimo de humildade, a pobreza, ou seja, o homem com deficiência ou ausência de bens materiais os quais não podem promover o conforto de uma vida saudável e tranqüila para ele em nosso planeta. Assim, quanto mais miserável for a pessoa, mais ausente de bens materiais, mais humilde ela seria. Essa análise é absolutamente materialista e improcedente, pois se a característica é intrínseca ao Espírito, ela não pode ser extremamente materialista. 

Devemos sim, respeitar todas as formas de crenças e aqueles que se julgam com necessidade de estar entre a miséria para aproximar-se da humildade devem mesmo seguir a ordem natural das coisas. Aliás, muitas dessas pessoas estão de fato no caminho da verdadeira humildade espiritual, levando uma vida de simplicidade, de amor a natureza com desprendimento material. Mas o que é uma vida ligada à matéria e o que é o significado de desprendimento material? 

Caso o conceito de humildade signifique a pobreza, a miséria, seria lógico raciocinar de duas, uma. Ou a humildade não significa nada na evolução do homem, ou a pobreza, miséria, riqueza não estão totalmente ou parcialmente ligada a ela. Como já dissemos que a humildade é de fato importantíssima na evolução da humanidade, ela se exterioriza nos atos e ações do espírito e não nas situações de posição social a que ele se encontra no momento. 

Evidentemente, como o espírito caminha em evolução eterna no seu aprimoramento pessoal, na sua passagem pela matéria terrestre, os bens materiais não devem ser importantes para a sua evolução espiritual. Cabe ressaltar que o conhecido ditado popular – “a pessoa não leva nada dos bens adquiridos aqui depois da morte” não é correto, pois mantém as atitudes e gostos vivenciados quando reencarnada, após o seu desencarne. Na sua nova jornada, no plano espiritual, continua normalmente a luta em seu aprimoramento pessoal. 

A forma e não o fundo é o diferencial importante. Por exemplo, um indivíduo adquire um carro bom, confortável, com boa segurança, necessário a sua atividade de vida e compra com recursos do seu próprio esforço. Para ele, o carro é um meio de vida, assim ele o vê e o usufrui. Outra pessoa, bem mais pobre, adquire um bom carro com a intenção de se sentir melhor do que os outros, mais poderosa, mesmo a duras penas, as aparências são mantidas. 

Neste caso, o carro satisfaz a sua vaidade, o seu orgulho, nada mais. Onde está o desenvolvimento mais aperfeiçoado da humildade? Certamente não é na posição social em questão. A forma é a visão que se tem do bem, o fundo é a visão que se tem do indivíduo com base na sua posição social. Um homem rico pode ser muito mais humilde que um pobre, pois a condição de riqueza e pobreza é uma condição que deve mesmo ser definida antes da reencarnação, sendo, portanto, temporária. 

A verdadeira humildade está no espírito e não na condição reencarnatória. O espírito utiliza de todos os meios possíveis para sua evolução e assim, aliás deve experimentar as mais diversas formas de condições reencarnatórias, passando inclusive pela reencarnação em locais de miséria, pobreza, riqueza, diferentes culturas, raças, credos, na deficiência de meio intelectual, nos meios científicos e acadêmicos, etc. É dessa forma, que ele evolui mais rapidamente passando por muitos caminhos, e principalmente, naquele que mais se despreza, que mais odeia no momento. Nesse ponto, há a total desarmonia espiritual e somente através do sentimento real daquela situação, promove a oportunidade de luz para resgatar o seu equilíbrio pessoal. Por isso, veremos sempre pessoas de grande humildade vivendo momentaneamente entre os meios mais ricos, e certamente, aproveitam essa oportunidade com grande propriedade promovendo a verdadeira caridade, além da material, do seu exemplo de vida em favor do bem comum. Por outro lado, veremos também o inverso, a falta visível de humildade na pobreza, denotando vaidade, orgulho e sem o mínimo interesse pelo seu semelhante. 

Numa reencarnação na condição de riqueza, há uma responsabilidade muito maior para a evolução do espírito, pois o meio é muito mais propício a ambição, vaidade, orgulho, etc. 

Graças à doutrina espírita temos agora a nossa visão ampliada da humildade, pois observamos o indivíduo como um todo, com sentimentos, atos e ações adquiridos ao longo do tempo, quer no plano espiritual quer no plano terrestre. E tudo se confunde. Não é a simples visão da sua condição reencarnatória atual que deve ser apenas considerada. No plano espiritual, a visão se amplia, e muito. 

“Vindo de dentro do ser humano, a humildade é característica daqueles que têm a caridade como meta na evolução do espírito. Ser humilde não significa ser desprovido de bens materiais, mas ser capaz de aceitar a sua condição na escala evolutiva a que todos estamos sujeitos. 

Ser humilde é ser capaz de aprender com pequenos gestos e estar sempre aberto a novos conhecimentos em prol da humanidade. O maior bem que pode um ser humano almejar é a humildade, pois ela é capaz de construir caminhos que levam à luz, caminhos que permitem o companheirismo sem interesses e egoísmo. 

Ser humilde é reconhecer no outro o seu valor. É elevar a auto-estima do amigo e pessoas de jornada evolutiva, através do seu exemplo de vida, sempre fundado na verdade e no bem. Sede humilde e conseguirás a sabedoria, pois ela é a fonte da inspiração a que todos buscamos nessa jornada. 

Estejas sempre atento às atitudes grotescas que destroem a harmonia do seu ambiente no lar, escola, trabalho, etc. Estejas pronto a ajudar os menos favorecidos que você. 

Sejas humilde o suficiente para ensinar aquilo que um dia alguém teve a paciência de transmitir a você. A felicidade depende dessa sua estada. 

Quanto mais humilde, mais oportunidade de conhecimento terás e maior será a tua recompensa. Ajude um amigo e sempre será ajudado quando precisares. Não que esse seja o objetivo da caridade, mas é a lei que rege todo o universo: quanto mais amor for dado, mais amado serás…” 

Reflita:

Humildade:
É o sentimento de simplicidade nas expressões a si mesmo; submissão á força superior; conhecimento de sua razão e respeito á do outro. Pedir com devoção conhecendo o seu valor e o da fonte superior. Conhecer o seu lugar, o seu eu, a sua missão, para seguir o seu caminho com resignação.