cambones |
Gostaríamos de abordar um trabalho de extrema importância no terreiro que é o do cambone.
O trabalho de Umbanda no atendimento ao consulente também funciona como um relógio, que tanto no astral com na parte material depende do bom funcionamento de sua engrenagem.
Existe toda uma expectativa no início dos trabalhos, cada casa tem seu ritmo, mas o que não muda é aquela adrenalina e ansiedade (benéfica) à espera da linha de trabalho a ser chamada.
Muitas vezes por tempo de trabalho e por dedicação e afinidade, o cambone se sente um misto de peça importante com um filho de todas as entidades que na casa se manifestam.
É, muitas vezes, temos esse sentimento, de atenção com tudo, preparar o espaço para a chegada dos Guias Espirituais, pembas, blocos de anotação, velas, tudo tem de estar a contento, a assistência ansiosa tem que ser bem recebida e conduzida aos Guias.
Todo o trabalho transcorre numa dinâmica de atenção, concentração e doação, dependendo muito do amor e da dedicação de todos, inclusive dos cambones. Aí entra também o sentimento de ser filho de cada um dos Guias espirituais, que com o tempo só de olhar sabem como estamos, como um pai que olha o filho pequeno.
Os cumprimentos e o abraço de um, a palavra do outro, a “chamada” de um terceiro, e a gente vai crescendo como crianças dentro de uma grande família de sábios, anciões, companheiros, pais e mães espirituais.
Chegando até mesmo um ponto, em que ao meio de inúmeros Guias, o cambone ouve mentalmente o chamado de um ou outro Guia Espiritual com mais afinidade com o cambone, solicitando sua presença ali ao seu lado. Isso não tem preço!
Não digo que cada dia de trabalho tem um aprendizado, mas sim, cada atendimento, sendo este ligado apenas um médium e suas entidades ou como também os cambones que atendem vários médiuns sem ser específico de um só.
Muito depende do funcionamento de cada casa, mas o trabalho de ser cambone é uma escola, um aprendizado sem fim, que aos atentos, faz aumentar a fé, descobrir-se sentir amado e especial.
Existem dias, em que o cansaço e eventuais dificuldades atrapalham, mas são nesses dias, em que a espiritualidade te recompensa com um abraço de um pai querido ou um ramo de arruda imantado.
Enfim, cada gesto dessa grande corrente, não só de pais e mães espirituais, mas como também os “colegas”, irmãos de trabalho que se ajudam e muitas vezes, sob a coordenação de um guia espiritual fazem o revezamento de descarregos para os mais necessitados da corrente.
Ser cambone é ser importante para o bom funcionamento do trabalho, exige ser atento, concentrado, estudar, aprender e se incorporar à dinâmica de trabalho da Umbanda, estar preparado para toda um esforço físico, mental e espiritual de trabalho e acima de tudo amar a Deus e o que faz.
Hoje, de um modo geral, por todo o trabalho de doutrina, esclarecimento e preparação, os cambones são vistos como parte importante da engrenagem de funcionamento de uma casa, mas apelo aos irmãos, colegas de trabalho, que se vejam, não com soberbia na importância do seu trabalho em uma casa, mas como privilegiados e abençoados por tanta generosidade que recebem em cada auxilio às entidades, sem precisar mencionar do auxilio que cada cambone, como médium de umbanda recebe de seus próprios amparadores espirituais.
Percebam e internalizem para poderem retransmitir, a gratidão, os pequenos gestos de humildade e delicadeza, a generosidade e o trabalho extramamente gratificante e engrandecedor de servir ao Pai, servindo a muitos.
Se tiverem amor pelo trabalho de cambone, receberão amor enquanto forem membros neste ponto da hierarquia, e no futuro também colherão amor e doarão amor de toda a corrente.
Na maioria dos terreiros de umbanda, todos os médiuns de incorporação que adentram a corrente mediúnica, e que estão em desenvolvimento, ou seja, ainda em processo de conhecimento da energia dos orixás e entidades.
Normalmente não passam o tempo todo incorporados durante as giras ou sessões, com isso eles começam a cambonar, começam a auxiliar as entidades, ascendem um pito (fumo) aqui, outro ali, ajudam a providenciar os materiais e ferramentas que serão utilizados durante os trabalhos, ajudam a servir o “preto” (café) do preto-velho, o marafo (cachaça) do exu, a água ou vinho do caboclo.
Anotam alguns recados dados pelos guias, e dessa forma vão aprendendo, conhecendo e se integrando as atividades da casa, porém é importante lembrar que normalmente esses médiuns estão sempre sob a orientação de uma cambono (a) chefe.
Normalmente não passam o tempo todo incorporados durante as giras ou sessões, com isso eles começam a cambonar, começam a auxiliar as entidades, ascendem um pito (fumo) aqui, outro ali, ajudam a providenciar os materiais e ferramentas que serão utilizados durante os trabalhos, ajudam a servir o “preto” (café) do preto-velho, o marafo (cachaça) do exu, a água ou vinho do caboclo.
Anotam alguns recados dados pelos guias, e dessa forma vão aprendendo, conhecendo e se integrando as atividades da casa, porém é importante lembrar que normalmente esses médiuns estão sempre sob a orientação de uma cambono (a) chefe.
Da mesma forma que os médiuns quando não incorporados cambonam, existem também os médiuns de apoio, aqueles que não incorporam, porém são de suma importância para a corrente permanecer forte e que estão sempre atentos a tudo, observando e que podem e devem também auxiliar, cambonar, quando necessário, pois sabemos que existem algumas casas que o número de médiuns é grande e nem sempre existe uma cambona ou cambono para cada entidade, portanto é sempre muito importante todos da corrente aprenderem como auxiliar as entidades.
Falando um pouco do cargo e função de cambone, podemos dizer que são médiuns não incorporantes que foram consagrados (passaram pelo ritual de consagração), e preparados pelos guias da casa para manipular algumas energias, assentamentos, ferramentas, todo e qualquer material dos médiuns da casa sem que a sua própria energia interfira no material manipulado, além disso, tem a permissão para participar de trabalhos específicos, e deve ter o profundo conhecimento sobre as entidades, orixás, magias e a doutrina e orientação dos guias da casa.
Um cambono (a) deve estar sempre estudando, aprendendo e buscando sempre melhorar para poder ser um bom instrumento da espiritualidade e um bom orientador dos seus irmãos.
O nome vem, remotamente de Cam-Aum, ou melhor; Cam (o homem perfeito; homem completo, com todos os veículos constituídos, auto-consciente).
Fazem a sustentação energética dos trabalhos, mantendo o padrão vibratório elevado por meio de pensamentos e sentimentos positivos e elevados. São eles que ajudam a garantir a segurança, firmeza e proteção para o grupo e para o trabalho.
O cambono iniciado tem algumas responsabilidades e deveres que devem ser seguidos com muita seriedade.
Fazem a sustentação energética dos trabalhos, mantendo o padrão vibratório elevado por meio de pensamentos e sentimentos positivos e elevados. São eles que ajudam a garantir a segurança, firmeza e proteção para o grupo e para o trabalho.
O cambono iniciado tem algumas responsabilidades e deveres que devem ser seguidos com muita seriedade.
Citarei alguns deles:
luz e sabedoria |
- Muitas vezes o cambono é convidado a participar das consultas para anotar algum recado, ou para esclarecer alguma dúvida, enfim, todo sigilo quanto a natureza do assunto é de extrema importância.
- Zelar por todo material ritualístico da casa e do zelador.
- É o cambono que também controla todo o material para que ele não falte.
- Verificar se todo material que será utilizado durante as sessões já foi separado e preparado.
- Auxiliar entidades e guias espirituais que estão trabalhando.
- Estudar muito e sempre para cada vez estar mais apto e capacitado a ajudar nos trabalhos da casa.
- Anotar e passar todos os recados que os guias dão aos seus respectivos instrumentos.
- Estar atento se há alguma conduta de algum consulente ou até mesmo de algum guia que esteja fora das normas da casa, e caso haja ter todo cuidado, porém interromper.
O fato de auxiliar nas consultas exige que o cambono seja discreto e mantenha sigilo sobre tudo o que ouvir, não se esquecendo de que ali estão sendo tratados assuntos particulares e que não dizem respeito a ninguém além da pessoa que estiver sendo atendida e da entidade. O sigilo é um juramento de confiança que todo o cambono deve ter e fazer.
Sem a ajuda de um cambono, os trabalhos tornam-se lentos e o atendimento aos consulentes ficaria difícil, principalmente se o Templo atender um grande número de pessoas.
Para que tudo transcorra de forma satisfatória, a presença de um cambono é de grande necessidade dentro do Templo, mas este não deve jamais confundir a entidade com a pessoa, isto é, ele é cambono do Guia Espiritual e não daquele médium, que é apenas um irmão dentro do Templo.
O que ele pode, sim, é perguntar ao médium com o qual trabalha como deve proceder para prestar um melhor atendimento à entidade durante os trabalhos.
Uma prática útil e aconselhável dentro de um Templo é a troca de cambonos entre as entidades. Isto traz um maior aprendizado aos cambonos e também faz com que estes se habituem a tratar todas as entidades da mesma forma, sem criar laços afetivos exagerados.
Desenvolver afeto pelas entidades é comum, mas a afinidade espiritual só é saudável se não conduzir à dependência; portanto, o chefe da casa poderá decidir-se pelo trabalho alternado e, nesse caso, deverá fazer com que todos saibam disso com antecedência.
De vez em quando, todos médiuns, mesmo aqueles que incorporam, deveriam trabalhar como cambonos para poderem aprender mais e desenvolver a humildade, que é a característica mais importante que um médium deve ter.
Obs:
Somente o Guia-Chefe deverá ter um cambono fixo e da confiança do sacerdote, pois provavelmente participará ativamente de todas as resoluções tomadas em relação a médiuns e ao Templo. Normalmente, o Guia-Chefe requer certa rapidez e presteza em seus atos e atendimentos, e só um cambono fixo poderá se prestar eficientemente como auxiliar.
Enfim meus irmãos, são muitos os deveres e responsabilidades que todo cambono deve ter, porém o principal é ele estar pronto para servir, servir e servir a todo e qualquer momento que for solicitado.
Com muito amor, boa vontade e dedicação, respeitando sempre todos os guias e irmãos da casa e ter sempre a humildade dentro de si, tendo em mente que a cada dia a espiritualidade nos dá a oportunidade de aprender um pouco mais, só é preciso ter olhos para enxergar, sensibilidade para sentir e o coração cheio de amor para praticar.
Com muito amor, boa vontade e dedicação, respeitando sempre todos os guias e irmãos da casa e ter sempre a humildade dentro de si, tendo em mente que a cada dia a espiritualidade nos dá a oportunidade de aprender um pouco mais, só é preciso ter olhos para enxergar, sensibilidade para sentir e o coração cheio de amor para praticar.
Saravá!
Estou iniciando como cambona em um terreiro aqui em Joinville-Sc,suas instruçoes me ajudaram muito! Obrigada
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito obrigado pelos ensinamentos. Será de grande valia.
ResponderExcluirGostei muito do aprendizado
ResponderExcluirMto bom gostei mto
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