XANGÔ - A FORÇA E EQUILÍBRIO

XANGÔ - A FORÇA E EQUILÍBRIO

sábado, 28 de dezembro de 2013

A Providência Divina

LUZ DIVINA

Para a Providência Divina não existe contestação. 

Deus em sua magnitude colocou a disposição do homem tudo que lhe seria útil na vida terrena.

Sabemos muito bem qual a nossa destinação no orbe terrestre, mas pela nossa materialidade, fortalecida pelo orgulho, pela inveja, nos tornamos imperfeitos.

É vero que a Providência Divina se manifesta a qualquer momento ou em qualquer lugar e jamais poderemos contestar esta teoria.

Deus quando criou o homem, o fez a sua imagem e semelhança, dando-lhe a inteligência, o instinto e o livre-arbítrio.

Temos nossa opinião própria sobre ou a respeito desta frase, que teria sido atribuída ao Pai Maior, Deus.

A reencarnação será o fenômeno pela qual o ser humano alcançará sua evolução, pois vivendo num mundo de provas e expiações, ele estará sujeito às normas e procedimentos que venham melhorar sua condição de ser humano a cata da evolução.

Também é vero que o hominal durante a desencarnação passará um período na erraticidade.

Esta palavra quer dizer o espaço entre uma reencarnação e outra.

Nesse período poderá passar pelo o umbral dependendo do que fez aqui na Terra e a posterióri para uma colônia de tratamento.

O que seria de nós se nossos guias e amigos espirituais não agissem em nossa proteção.

Todos nós temos nossos guias espirituais.

O de Allan Kardec era Zéfiro, o de Francisco de Paula Cândido Xavier, o espírito Emmanuel e o de Divaldo Franco, Joanna de Ângelis.

Christiano Torchi é advogado, escritor espírita e dedicado trabalhador da causa espírita em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, está no prelo um livro de sua autoria cujo título ainda é provisório – Introdução ao Conhecimento da Doutrina Espírita.

O nosso confrade fala com muita propriedade sobre os Espíritos familiares, os simpáticos e os protetores com os quais Allan Kardec conseguiu compilar o Livro dos Espíritos em 1857, na França.

Temos também o nosso anjo da guarda ou anjo guardião um Espírito bastante evoluído que nos protege no dia a dia, mas não interfere no nosso livre-arbítrio.

O seu tratamento para com o seu protegido é muito parecido com o papel do pai para com o filho.

Não irei aqui neste pequeno comentário levar em evidência as colocações do confrade Cristiano Torchi, mas concordar em parte com os aspectos por ele comentados.

O Espírito pode ser privilegiado dependente exclusivamente de suas atividades no mundo material e espiritual.

Por isso, sempre será de bom alvitre que tenhamos uma vida regrada e voltada para o bem.

É difícil? Sim.

Na vida nada se consegue com facilidade e o merecimento é ponto primordial para isso.

O Evangelho Segundo o Espiritismo reza que todos nós temos um Bom Espírito, ligado a nós desde o nascimento, que nos tomou sob a sua proteção.

Cumpre junto a nós a missão de um pai junto ao filho: a de nos conduzir no caminho do bem e do progresso, através das provas da vida.

Ele se sente feliz quando correspondemos à sua solicitude, e sofre quando nos vês sucumbir.

Seu nome pouco importa, pois que ele pode não ter nenhum nome conhecido na Terra.

Invocamo-lo, então, como o nosso Anjo Guardião, o nosso Bom Gênio.

Podemos nomeá-lo com o nome de um Espírito Superior, pelo qual sintamos uma simpatia especial.

Temos um adendo a colocar no posicionamento do escritor epigrafado, visto que nem todo Espírito Protetor é considerado Puro, pois o único Espírito Puro que pisou o orbe terrestre foi Jesus Cristo, mas se eles forem superiores aí sim estaremos mais firmes em nossas posições.

A felicidade do Espírito protetor está nas mesmas proporções do seu protegido aqui na Terra.

“É bom que se frise que quando falamos em Espíritos protetores que se informe o que se segue:”

Além do nosso Anjo guardião, que é sempre um Espírito Superior, temos os Espíritos Protetores, que, por serem menos elevados, não são ‘os piores’ e generosos.

São Espíritos de parentes ou amigos, e algumas vezes de pessoas que nem sequer conhecemos na atual existência.

Eles nos ajudam com os seus conselhos, e frequentemente com a sua intervenção nos acontecimentos de nossa vida.

Os Espíritos simpáticos são os que se ligam a nós por alguma semelhança de gostos e tendências.

Podem ser bons ou maus, segundo a natureza das inclinações que os atraem para nós.

Os Espíritos sedutores ou perturbadores esforçam-se para nos desviar do caminho do bem, sugerindo-nos maus pensamentos.

Normalmente, foram extremamente materialistas na vida terrena.

Esse tipo de Espírito aproveita-se de todas as nossas fraquezas, como de outras tantas portas abertas, que lhes dão acesso à nossa alma.

Há aqueles que se agarra a nós como a uma presa, mas afastam-se quando reconhecem a sua impotência para lutar contra a nossa vontade.

Muitos deles estão entre nós convictos que ainda pertencem ao nosso mundo.

Por isso, resolvemos fazer uma breve observação sobre o posicionamento do confrade quando falou em Espírito Puro como nosso guia protetor.

Somos tão imperfeitos para ter essa primazia.

Precisamos orar muito e pedir a Jesus que nos proteja sempre.

Vocês podem até pedir consolo ou nomeá-lo como seu Espírito Protetor, mas somos muito imperfeitos para tal.

Sobre os Espíritos familiares já nos referimos acima.

Na questão 491 do Livro dos Espíritos Kardec indaga aos Espíritos:

Qual a missão do Espírito protetor?

Eles respondem: — A de um pai para com os filhos: conduzir o seu protegido pelo bom caminho, com os seus conselhos, consolá-lo nas suas aflições e sustentar sua coragem nas provas da vida.

Para ficar mais entendido temos que informar o que está implícito no Livro dos Espíritos nas questões:

492. O Espírito protetor é ligado ao indivíduo desde o seu nascimento?

— Desde o nascimento até a morte, e freqüentemente o segue depois da morte, na vida espírita, e mesmo através de numerosas experiências corpóreas porque essas existências não são mais do que fases bem curtas da vida do Espírito.

493. A missão do Espírito protetor é voluntária ou obrigatória?

— O Espírito é obrigado a velar por vós porque aceitou essa tarefa, mas pode escolher os seres que lhe são simpáticos.

Para uns, isso é um prazer; para outros, uma missão ou um dever.

(493 – a) Ligando-se a uma pessoa, o Espírito renuncia a proteger outros indivíduos?

— Não, mas o faz de maneira mais geral.

494. O Espírito protetor está fatalmente ligado ao ser que foi confiado à sua guarda?

— Acontece freqüentemente que certos Espíritos deixam sua posição pura cumprir diversas missões, mas nesse caso são substituídos.

495. O Espírito protetor abandona, às vezes, o protegido, quando este se mostra rebelde às suas advertências?

— Afasta-se quando vê que os seus conselhos são inúteis e que é mais forte a vontade do protegido em submeter-se à influência dos Espíritos inferiores, mas não o abandona completamente e sempre se faz ouvir.

É o homem quem lhe fecha os ouvidos.

Ele volta, logo que chamado.

Como dissemos anteriormente eles não interferem no livre-arbítrio dos encarnados.

Para os Espíritos simpáticos temos que concordar com que o Livro dos espíritos especifica nos questionamentos sobre Espíritos simpáticos.

387. A simpatia tem sempre por motivo um conhecimento anterior?

— Não; dois espíritos que tenham afinidades procuram-se naturalmente, sem que se hajam conhecido como encarnados.

388. Os encontros que se dão algumas vezes entre certas pessoas, e que se atribuem ao acaso, não serão os efeitos de uma espécie de relações simpáticas?

— Há, entre os seres pensantes, ligações que ainda não conheceis.

O magnetismo é a bússola dessa ciência, que um dia compreendereis melhor.

389. De onde vem a atração instintiva que se experimenta por certas pessoas, à primeira vista?

— Espíritos simpáticos, que se percebem e se reconhecem, muito antes de se falarem. » (in ‘O livro dos Espíritos’, Cap.7) Simpática esta ideia dos Espíritos Simpáticos.

E talvez explique algumas “coincidências” que todos nós experimentamos às vezes.

Queremos dizer que não somos donos da verdade, mas temos que afirmar que o irmão Christiani Torchise expressou muito bem, mas com pequenos senões.

Para encerrar queremos dizer que os espíritos infelizes segundo o grande Leon Denis a nossa indiferença para com as manifestações espíritas não nos privaria somente do conhecimento do futuro de além-túmulo, pois nos desviaria também da possibilidade de agir sobre os Espíritos infelizes, de amenizar-lhes a sorte, tornando-lhes mais fácil a reparação de suas faltas.

Os Espíritos atrasados, tendo mais afinidade com os homens do que com os Espíritos puros, em virtude de sua constituição fluídica ainda grosseira, são, por isso mesmo, mais acessível à nossa influência.

Entrando em comunicação com eles, podemos preencher uma generosa missão, instruí-los, moralizá-los e, ao mesmo tempo, melhorarmos, sanearmos o meio fluídico em que todos vivem.

Os Espíritos sofredores ouvem o nosso apelo e as nossas evocações.

Os nossos pensamentos, simpáticos, envolvendo-os como uma corrente elétrica e atraindo-os a nós, permitem que conversemos com eles por meio dos médiuns.

O mesmo dá-se com as almas que deixam este mundo.

As nossas evocações despertam a atenções dos Espíritos e facultam-lhe o desapego corpóreo; as nossas preces ardentes são como um jato luminoso que os esclarece e vivifica.

É-lhes agradável perceber que não estão abandonados a si próprios na Imensidade, que há ainda na Terra seres que se interessam pela sua sorte e desejam a sua felicidade.

E, quando mesmo esta não possa ser alcançada por preces, contudo elas não deixam de ser salutares, arrancando-os ao desespero, dando-lhes as forças fluídicas necessárias para lutarem contra as influências perniciosas e ajudando-os a subirem mais alto.

Não devemos, entretanto, esquecer que as relações com os Espíritos inferiores exigem certa segurança de vistas, de tato e de energia; daí os bons efeitos que se podem esperar.

É preciso uma verdadeira superioridade moral para dominar tais Espíritos, para reprimir os seus desmandos e dirigi-los ao caminho reto; e essa superioridade não se adquire senão por uma vida isenta de paixões materiais, pois, em tal caso, os fluídos depurados do evocador atuam eficazmente sobre os fluídos dos Espíritos atrasados.

Além disso, é necessário um conhecimento prático do mundo invisível para nos podermos guiar com segurança no meio das contradições e dos erros que pululam nas comunicações dos Espíritos levianos.

Em conseqüência da sua natureza imperfeita, eles só possuem conhecimentos muito restritos; vêem e julgam as coisas diferentemente; muitos conservam as opiniões e os preconceitos da vida terrena.

O critério e a clarividência tornam-se, portanto, indispensáveis a quem se dirigir nesse Dédalo.

O estudo dos fenômenos espíritas e as relações com o mundo Invisível apresentam muitas dificuldades e, mesmo, perigos ao homem Ignorante e frívolo, que pouco se tenha preocupado com o lado moral da questão.

Aquele que, descuidando-se de estudar a ciência e a filosofia dos Espíritos, penetra bruscamente no domínio do Invisível, entregando-se, sem reserva, às suas manifestações, desde logo se acha em contacto com milhares de seres cujos atos e palavras ele não tem meio algum de aferir.

Sua ignorância entregá-lo-á desarmado à Influência deles, pois a sua vontade vacilante, Indecisa, não poderá resistir às sugestões de que se fez alvo.

Fraco, apaixonado, sua imperfeição faz com que atraia Espíritos Iguais a si, que o assediam sem o menor escrúpulo de enganar.

Nada sabendo sobre as leis morais, insulado no seio de um mundo onde a alucinação e a realidade confundem-se, terá tudo a temer: a mentira, a Ironia, a obsessão.

A princípio, foi considerável a parte que os Espíritos inferiores tomaram nas manifestações, e isso tinha sua razão de ser.

Em um meio material como o nosso só as manifestações ruidosas, os fenômenos de ordem física poderiam impressionar os homens e arrancá-los à Indiferença por tudo que não diga respeito aos seus interesses imediatos.

É isso que justifica o predomínio das mesas giratórias, das pancadas, das pedradas, etc.

Esses fenômenos vulgares, produzidos por Espíritos submetidos à Influência da matéria, eram apropriados às exigências da causa e ao estado mental daqueles de quem se queria despertar a atenção.

Não se os deverá atribuir aos Espíritos superiores, pois estes só se manifestaram ulteriormente e por processos menos grosseiros, sobretudo com o auxílio de médiuns escreventes, auditivos e sonambúlicos.

Depois dos fatos materiais, que se dirigiam aos sentidos, os Espíritos têm falado à inteligência, aos sentimentos e à razão.

Esse aperfeiçoamento gradual dos meios de comunicação mostra-nos os grandes recursos de que dispõem os poderes invisíveis, as combinações profundas e variadas que sabem pôr em jogo para estimular o homem no caminho do progresso e no conhecimento dos seus destinos.

O bom da Doutrina é que nós jamais seremos donos da verdade e aquilo que o nosso coração bate com mais certeza, talvez seja o caminho para nossa felicidade.

Queremos mais uma vez agradecer a nossa irmã Zuleika Araripe que nos pediu a opinião sobre a matéria do nosso confrade acima mencionado sobre os amigos espirituais.

A matéria de Christiano Torchi está publicada no Reformador nº. 2.163 Junho 2009 página 18.

Todos os espíritas ou espiritistas ou espiritualista podem traduzir conforme seu pensamento, pois o Espiritismo nada proíbe, mas temos o dever de não nos afastarmos dos ensinamentos do Livro dos Espíritos de Allan Kardec.

Diante de tais especulações encontramos irmãos de ideal espírita que pendem para o lado de Ramatís, Roustaing, Herculano Pires, Pietro Ubaldi e assim vai.

O mais importante de tudo é que não devemos desprezar o amor ao próximo, o perdão e se inserir na fraternidade, na caridade e nos bons princípios.

Jesus Cristo e o Pai Maior acima de tudo.

Saravá.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Livrando-se dos Encostos

encosto


Por vezes, o pior "encosto" é o encarnado que está ao nosso lado, ao qual não nos afastamos por interesses egoísticos os mais diversos. 

Esquecemos facilmente que somos os únicos  responsáveis pela nossa felicidade ou infelicidade, aqui com os "vivos" ou do lado de lá com os "mortos". Um dia responderemos a um juiz implacável - nossa consciência imortal.



Muitas criaturas frequentam os centros espíritas apenas para se livrarem do "encosto" de espíritos atrasados, que lhes tolhem a liberdade de ação e as impedem até de gozar os prazeres mais comuns. 

Elas se queixam de perseguições invisíveis de "velhos adversários" do passado, mas ignoram que, às vezes, se trata de uma providência salutar adotada pelos seus próprios guias, no sentido de preservá-las de maiores prejuízos. 

Os espíritos inferiores em serviço voluntário e sob o comando dos seus mentores, praticam os seus "encostos" aplicando fluidos opressivos ou incômodos, que funcionam à guisa de um "freio moderador" sobre os encarnados. 

Não se trata de qualquer processo obsessivo, mas apenas de uma interferência compulsória sobre os homens imprudentes, que tem como objetivo reduzir suas atividades nocivas.

Subjugados pela carga dos fluidos entorpecentes dos espíritos inferiores, as criaturas deixam de comparecer a aventura extraconjugal censurável, faltam à jogatina viciosa e evitam os ambientes prostituídos onde domina o tóxico alcoólico. 

Elas sentem-se desanimadas, febris e buscam o leito de repouso, completamente indispostas ou impossibilitadas para acompanhar as libações dos companheiros. 

É óbvio que nem sempre o "encosto" é recurso providenciado pelos guias em favor dos seus tutelados, pois também pode ser fruto do processo obsessivo comandado pelos espíritos "das sombras". 

Mas, em ambos os casos, os fluidos incômodos ou agressivos desaparecem na sua ação indesejável, assim que as vítimas acertam sua "bússola espiritual" a objetivos sadios e benfeitores.

Também não importa o prestígio, a responsabilidade ou a cultura do homem do mundo, pois tanto enferma entre lençóis confortáveis o rico e feliz, quanto o pobre, entre os trapos da cama tosca. 

Até os anjos podem usar de métodos ríspidos, mas de proveito espiritual, assim como os pais severos, ante o filho rebelde que não atende aos seus conselhos, resolvem, adotar providências mais rigorosas e eficazes. 

Esses recursos drásticos e violentos, embora criticáveis em sua aparência, muitas vezes evitam que os encarnados ingressem na senda criminosa que poderia atirá-los no cárcere, impede-os da aventura que lhes macularia o nome benquisto, evita-lhes a união ilícita com a mulher prostituta ou afasta-os do negócio desonesto e de agravo contra terceiros.

O saneamento, portanto, não se refere propriamente ao corpo transitório, mas em particular, ao espírito eterno, isto é, ao cidadão sideral. 

Atinge o homem rico, formoso e culto, assim como a criatura ignorante e coberta de andrajos.

Saravá.

Dia de Iansã - Dia de Santa Bárbara - 04 de Dezembro

DONA DOS VENTOS


Mitos, Lendas, Associações e Principais Características


Senhora da Tarde, Dona dos Espíritos, Senhora dos Raios e das Tempestades.

Oyá, mais conhecida no Brasil como Yansã, foi uma princesa real na cidade de Irá, na Nigéria em 1450a.C..

Sobrinha-neta do rei Elempe e neta de Torossi (mãe de Xangô), conquistou com valentia, coragem e dedicação seu caminho para o trono de Oyó.

Conhecedora de todos os meandros da magia encantada, nunca se deixou abater por guerras, problemas e disputas.
Foi mulher de seu primo Xangô e ajudou-o a conquistar vários reinos anexados ao Império Yorubano. Porém, abandonou-o em defesa de sua cidade natal, disposta a enfrentá-lo.

Oyá recebeu, de Olorun, a missão de transformar e renovar a natureza através do vento, que ela sabe manipular. O vento nem sempre é tão forte, mas, algumas vezes, forma-se uma tormenta, que provoca muita destruição e mudanças por onde passa, havendo uma reciclagem natural. 

Normalmente, Oyá sopra a brisa, que, com sua doçura, espalha a criação, fazendo voar as sementes, que irão germinar na terra e fazer brotar uma nova vida. Além disso, esse vento manso também é responsável pelo processo de evaporação de todas as águas da terra, atuando junto aos rios e mares. 

Esse fenômeno é vital para a renovação dos recursos naturais, que, ao provocar as chuvas, estarão fertilizando a terra.

Divindade eólica, sopram os ventos que afastam as nuvens, para a passagem dos raios desferidos por Xangô. E é o raio que abre os reservatórios do céu, para fazer cair a chuva, relação comum em todas as mitologias.

Apesar de dominar o vento, Oyá originou-se na água, assim como as outras yabas, que possuem o poder da procriação e da fertilidade. Está relacionada com o número 9, indicativo principal do seu odú.

Oyá está associada ao ar, ao vento, a tempestade, ao relâmpago/raio (ar+movimento e fogo) e aos ancestrais (eguns).

Na Nigéria ela é a deusa do rio Niger. É a menina dos olhos de Oxalá, seu protetor, e a única divindade que entra no Ibalé dos Eguns(mortos).

Oyá tem ligações com o mundo subterrâneo, onde habitam os mortos, sendo o único orixá capaz de enfrentar os eguns. Entre as individuações da multifacetária Iansã, uma delas é como Deusa dos Cemitérios.

Impetuosa, guerreira e de forte personalidade, é reverenciada no culto dos eguns. Em yorubá, chama-se Odò Oyà.

Oyá, em tempos remotos, era patrona (ou matrona) de uma sociedade secreta feminina, que cultuava os ancestrais (pessoas já desencarnadas pertencentes à religião), que denominamos Egum. 

Foi o orixá Ogum que conseguiu acabar com a primazia das mulheres nesse culto, que passou a ser exclusivamente masculino. Mas, apesar disto, Oyá ainda é reverenciada nessa sociedade.

Oyá, segundo a mitologia, é um orixá muito forte, enfrentando a tudo e a todos por seus ideais. Não aceita a submissão ou qualquer tipo de prisão.

Faz parte de sua indumentária a espada curva (alfanje), o erukere, que usava para sua defesa, além de muitos braceletes e objetos de cobre.

Sua dança é muito expansiva, ocupando grande espaço e chamando muita atenção.

Duas espadas e um par de chifres de búfalo representam a imagem de Oyà.

Suas contas são amarelas ou vermelhas ou tijolo, o coral por excelência, o monjoló (uma espécie de conta africana, oriunda de lava vulcânica).

Seus símbolos são: os chifres de búfalo, um alfanje, adaga, eruesin [eruexin] (confeccionado com pelos de rabo de cavalo, encravados em um cabo de cobre, utilizado para "espantar os eguns").

Com Oxalá aprendeu sobre o uso do raciocínio e o dom da paciência. Por isso ela não desiste facilmente de seus objetivos, sabendo esperar o momento certo para conquistá-los.

Oyá é puro movimento. Não pode ficar parada, para não extinguir sua energia. O vento nunca morre, ele está sempre percorrendo novos espaços.

Arquétipo

Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.

Costumam ver guerra em tudo, sendo, portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, que enfrentam a guerra do dia-a-dia. 

Os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas, sendo menos sistemáticos, portanto, que os filhos de Ogum.

São quase que invariavelmente de Iansã, os personagens que transformam a vida num buscar desenfreado tanto de prazer como dos riscos. São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal. 

Faz parte dos filhos de Iansã a maior arte dos militantes políticos não cerebrais por excelência. Ao mesmo tempo, quando rompem com uma ideologia e abraçam outra, vão mergulhar de cabeça no novo território, repudiando a experiência anterior de forma dramática e exagerada, mal reconhecendo em si mesmos, as pessoas que lutavam por idéias tão diferentes. 

Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida.

Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais radical ainda que a anterior.

O temperamento dos que têm Oyá como Orixá de cabeça, costuma ser instável, exagerado, dramático em questões que, para outras pessoas não mereceriam tanta atenção e, principalmente, tão grande dispêndio de energia.

São do tipo Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo - e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.

Como esse arquétipo que gera muitos fatos, é comum que pessoas de Iansã surjam freqüentemente nos noticiários. 

Ao mesmo tempo, é um caráter cheio de variações, de atitudes súbitas e imprevisíveis que costumam fascinar (senão aterrorizar) os que os cercam e os grandes interessados no comportamento humano.

Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas só detidamente. A longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões. 

Eles têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais inesperadamente ainda. São muito ciumentos, possessivo, muitas vezes se mostrando incapazes de perdoar qualquer traição - que não a que ele mesmo faz contra o ser amado. 

Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos ara seu círculo mais íntimo.

Um problema, porém, pode atrapalhar tudo: a inconstância com que vê sua vida amorosa; outros detalhes podem também contaminar os aspectos profissionais.

Todas essas características criam uma grande dificuldade de relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto. 

Também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.

Resumo:

Sincretismo: Santa Bárbara

Suas cores: amarelo, vermelho e coral

Saudação : Eparrei!

Seu dia: Quarta-feira e Sábado (como toda as Iabás)

Frutas e verduras: manga rosa, uva vermelha, maçã, cenoura, quiabo.

O que Rege: dá coragem e impulsividade; protege contra desastres e acidentes.

Plantas: espada de Iansã (borda amarela) e bambu.

Elemento: fogo e ar

Festa: 4 de dezembro, dia de Santa Bárbara, com quem está sincretizada.

Pedras: rubi, coral, granada.

Saravá.