XANGÔ - A FORÇA E EQUILÍBRIO

XANGÔ - A FORÇA E EQUILÍBRIO

terça-feira, 25 de março de 2014

Exus e Pombagiras: Entidades mal compreendidas!


EXU SEMPRE FOI MAL COMPREENDIDO, MAS SEMPRE PRESENTE.

Quando vemos a bela saudação de Exu, percebemos logo de cara que se trata de uma entidade envolvida em mistério que muitas vezes engana a quem o procura se a concentração não for total e se o coração do médium não estiver em plena sintonia com a energia dele.

Também se torna quase impossível a harmonização com essa energia se o médium não se encontrar com a mente e o coração limpos. Pois só assim não cairão nas armadilhas possíveis vidas de Exu. Essas armadilhas podem ser a dominações da nossa mente por meio de nossos desejos e segredos mais ocultos, mas que Exu consegue penetrar facilmente, pois ele não é somente o Senhor dos Caminhos, mas é também o Guardião dos portais do subconsciente humano. E ele pode destrancar muito de nosso inconsciente, fazendo até com que nós confundamos e cheguemos a ficar confuso sobre a diferenciação do que inconsciente ou inconsciente. É por isso que nem todo mundo está apto a entrar em contato com essa força que acima de tudo é um desafio constante.

A Saudação de Exú "Laroiê é Mogiba" ou "nem tudo é o que aparenta ser, mas tudo o que aparenta ser, é, e nem tudo que reluz é ouro". Mostra que falar de Exú não é uma tarefa fácil, porém, inquirir, pesquisar, procurar sua origem e sua finalidade é o direito de quem quer aprender. É por isso que muitos falam o que não devem por não pesquisar nem procurar a verdade alcançável e que pode sim ser atingida por todos que buscam a evolução com prudência, respeito e verdade.


Na caminhada lenta da humanidade Exu ganhou muitas formas e foram dados a Ele inúmeros nomes: segundo revelações ocultas e lendas; no jardim do Éden, seria uma serpente que introduziu o primeiro pecado no seio da humanidade seduzindo Adão e Eva; reconhecemo-lo como o agente, mas não o mal, porque o livre arbítrio dá ao homem o direito de optar. No entanto, mesmo atuar como um agente da tentação é de certa forma uma imagem desconfortável. De Adão e Eva proliferou a humanidade e, com ela os seus Deuses, seu medo e sua curiosidade. E infelizmente ele ajudou a proliferar a confusão e curiosidade desenfreada, que por muitas vezes é mais prejudicial do que benéfica. Mas em sua caminhada evolutiva essa entidade vem lutando pra concertar as coisas, mesmo que muita coisa seja vista de forma distorcida.

Para os fenícios, essa Entidade intrigante foi chamada de Molock, espírito tenebroso, cujo interior era uma fornalha ardente, onde seus seguidores depositavam suas oferendas. Mas devemos reconhecer que naquela época ele ainda não tinha evoluído como hoje, porque a Divina Corrente de Umbanda ainda não tinha sido formada para auxiliar e trabalhar junto com as Entidades na missão evolutiva.


Na Pérsia de Zoroastro atuou ainda mostrando o lado mais negativo de sua natureza, impulsionado pelas varias evocações e evocações. E ele, atendia pelo nome de arrimando, espírito angustiado e vingador! Que realmente atuou tenebrosamente, fazendo com muitas almas se perdessem. Já em cultos dos Egípcios Ele era Duet, um guardião que castigava que punia, para depois de punido, ser entregue ao deus da luz e serenidade; sendo Ele a ligação entre o homem e a mente, a morada de Osíris que é o deus do amor e da criação, no Egito, também era Tifon ou Aprites que causava pânico em muitos que via sua face; recebeu o nome de Digin na China milenar; já para a região muito ligada aos templos onde havia muita meditação espiritual recebeu o nome forte e sombrio de Ravana pelos Hindus; tendo recebido o nome de Azalock dos Escandinavos. Uma personalidade e uma vibração diferente eram percebidas por cada povo, como se sua natureza tivesse múltiplas faces, sendo que a sua astúcia fazia com que se apresentasse conforme a percepção de quem o buscava.

Até mesmo para os nativos de nosso país (o nosso Índio Brasileiro), Ele atendia por vários nomes e várias atuações que deixava margem a muitas interpretações e lendas: uma delas Cairé é um fantasma que aparece na lua cheia para punir os maus; ou como o intrigante Catiti; só visível na lua nova que vinha a para atrapalhar a pesca. Também conta-se sobre um ser chamado de Jurupari o qual seria um mau espírito que trás pesadelo, Curuganga outro que metia muito medo nos índios oficia como assombração. E assim, com múltiplas funções e personalidades, não era mais que uma energia, uma força que mexia além da imaginação com o subconsciente do homem atuando como um portal, para seus medos e confusões. Assim Ele sempre se apresentou como um grande desafio para todos os médiuns, sendo poucos que conseguiram entende-lo e harmonizar-se seus pensamentos com Ele. No entanto em tempos passados Ele já foi sincretizado como guerreiro, como um homem a mais ou menos milênios atrás.

Visto como uma forma quase sempre maligna sempre foi pintada pela maioria dos artistas com uma forma grotesca. O hebreu deu a Ele novas formas e, na pia batismal veio a receber os nomes: Diabo? Demônio? Satanás? Coisa ruim? Lúcifer, etc... Pelo pincel do pintor ou o formão do escultor, na metamorfose dos interesses de religiões que amedrontam e não buscaram esclarecer nada, o fizeram como um monstro... Infâmia e o mau gosto do artista que o fez um agregado de homem e animal, com longos cornos e pés caprinos, é uma afronta ao próprio criador. Pois, na verdade, a imagem hoje nada mais é que o reflexo, a exteriorização de consciências mal forjadas.

Na verdade, sabemos que existe sim uma corte de seres inferiores que, por isso mesmo, estão a serviço de seres superiores, aos quais obedecem e servem, sem contestar. Mas, não podemos negar que há um perigo eminente quando o homem se depara com essas forças sem o devido preparo, ou em momentos em que seu coração esteja repleto de ódio, medo e dor. Essas entidades, em especial as que ainda teimas em permanecer na sombra se alimenta de sentimentos ruins e busca usar os fracos, para que sirvam aos interesses do Dragão. Muitas correntes da Umbanda querem apresentar o Diabo como um simples Anjo Caído, que seria mais uma vitima do que um vilão. Mas, não é só o homem que tem livre arbítrio, e sabemos que Ele errou quando optou em se opor ao Deus seu Criador. Por isso sabemos também que tem muitos Exus que ainda trabalham pelo mal e para o mal, que por muitas vezes se apresentam nos templos como lobos em peles de cordeiro. Na magia do negro, Exú é um deva, é um mensageiro, o guarda, o policial, o moço de recado que vive na rua, orientando; servindo de intermediário entre o orixá e o homem. Mas sabemos que em varias formas de magia Exu age da forma mais baixa possível. E não é por que ele seja neutro não, ou porque o homem é que usa sua força para fazer o mal não mesmo. Pode ter certeza que assim como pessoas que tem sede de pecar, tem muitos exus com sede de fazer o mal. Essa historia de dizer que Exu não é nem bom nem mal em mim não cola! O Exu que trabalha pela luz nunca se prestará a fazer o mal. E saibam que o numero de exus que trabalham pela luz vem aumentando consideravelmente em cada fase da evolução humana. Mas da mesma proporção o lado das sombras, também tem aumentado muito, infelizmente!

Entendemos que o Diabo nos ludibriou!... O negro não sabia quem era o Diabo, sabê-lo-ia o bugre dispondo de uma mitologia inferior? Não tinham uma noção semelhante. O bugre conhecia o Caiçore, Curupia, Curuganga, Anhangá, entidades que se tornam pesadelos, que dão mau sonhos e que estorvam a pesca e a caça, contudo, o homem pode amansá-los, dando-lhes pequenas oferendas. Nem sempre oferendas resolveram o problema, muitos foram os indivíduos que enlouqueceram ao longo da historia de nosso país. Muitas pessoas foram internadas como sendo doentes mentais, outras se entregaram a prostituição e outras ainda se tornaram assassinos cruéis por influencia de espíritos malignos que tomaram suas mentes dominaram seus espíritos. Isso foi causado por que muitos fizeram uso de magias perigosas, para enriquecer, conquistar a mulher do próximo e causou muito desequilíbrio carmico.

Quem ameaçaria o Diabo? ... Este pretenso rei será tão porco, tão mesquinho que se venda por alguns presentinhos? De vela? Será isto um rival de Deus? ... Um Diabo, um Satanás?... O bugre e o negro não conheciam esta figura hebraica, pregada e propagada aos quatro cantos do mundo, pelos sacerdotes e seus discípulos. Isso porque as entidades que muitas vezes pareciam resolver problemas na encruza e nos terreiros de macumba, não era o tão famoso Diabo. Porque os planos dessa figura maligna não buscam simples rituais e pequenas ofertas. Ele provocou guerras, sacrifícios e intolerância em muitos cantos do planeta. Se tudo foi provocado pelo homem pode ter certeza que ele teve não só um grande incentivo, como também um forte auxilio.

Para cada elemento, Deus criou uma força dominante, um encarregado, um guardião, um Orixá que rege o plano cósmico, mas criou também o intermediário, o Exú, o deva, o Orixá menor, que atua em harmonia com seu gerente, ou seja, o Orixá. Lá no alto está à energia cósmica, Oxalá, Ogum, Iansã, Oxossi, Oxum, Xangô, Iemanjá e outros; no plano intermediário, Exú Tranca-ruas, Marabô, Gira-mundo, Pomba-gira, e tenho por certo que ele não só atua como agente, como também é o senhor da terra. Representa e influencia a sexualidade humana e atua na fecundação de toda natureza orgânica do planeta. Por isso a imagem hindu da kundalini foi sempre percebida como uma serpente, a qual sobe pela espinha ativando os chacras sexuais. Porém afirmo aquele grupo de Demônios avermelhados, guampudos, com pé de bode, e barba na ponta do queixo, olhos saltados, dentes agressivos... Não é Exú, aquilo é uma concepção primária, falsa mórbida, velhaca, indecente, ridícula... É uma agressão a nossa inteligência; uma infâmia, um disparate, uma ofensa ao Divino criador quando assemelhado a aparência de Exu! Essa descrição é na verdade a figura de Demônios. Mas de que Demônios eu estou falando? Daqueles que são malignos que perdeu sua alma e moram na casa do Dragão feros. Nesse lugar só existe choro e ranger de dentes. Ganha essa forma todos àqueles que se afastam da bondade, do amor e da luz. Assim ganham formas animalescas e horripilantes, sendo que todas as suas estruturas, físicas, mentais e espirituais tornam-se temerosas aberrações ridículas.

Este Demônio hebreu não é o Plutão dos gregos, não é o Tifon dos Egípcios, não é o Arimam dos Babilônios, não é o Digin do Chinês, não é o Ravana do Hindu, não é o Bará do negro e não é o Caissoré do Bugre. Esse Demônio bestificado não faz parte desse Panteon! Ele é na verdade pior que todos, pois se esses pertencem ao mundo dos mitos e mesmo tendo vindo a atuar em certas épocas, Ele não é passageiro ou arquétipal como eles. É sim o Príncipe das Trevas, o Grande Tentador, que incita ao homem deixando louco por pecar. Pode ter certeza que quem não acredita na existência do Diabo torna-se uma presa ainda mais fácil para suas tentações.

Aqui aplaudo com entusiasmo, aqueles que tiveram a honradez de procurar um novo sincretismo, tentando introduzir uma imagem condizente com o altruístico, trabalho desses incansáveis e maravilhosos Exús. Os quais trabalham na Umbanda tentando levar auxilio evolutivo a todos os buscas compreender a sombra pra alcançar a luz, pois sem isso, nunca conseguiremos. É por isso que grandes mestres só se revelaram na dor.

Mas falo aqui de Exus iluminados, e que já atingiram um auto grau evolutivo e não de Satanás, cujo intuito é só de destruir a humanidade. E pode ter certeza que esse Grande Tentador ainda vai enviar o temido Anticristo Negro há seu tempo. Isso foi atestado pelos grandes profetas e iniciados.
Estamos realmente marchando para um novo sincretismo, assimilando-os com guerreiros, com seus aparatos, unidos e delineados. A marcha do tempo se encarregará de expurgar o horrendo, e hoje temos em nosso meio a imagem verdadeira, e ela é bem diferente!

Aceitamos na Umbanda que Exú é como lagarta que se enclausura para mudar em linda borboleta, mas tenho por certo que nem todos conseguem, porque um grande numero é arrebanhado para o mal.
Exú não é um fim em si mesmo, mas já atuou assim para muitos quando trabalhou para o mal e pelo mal.

Exú é como são chamados os seres naturais que habitam uma dimensão x, e são, em quase tudo, semelhantes aos seres humanos que vivem no plano material. Possuem corpo bem delineado, revestido com um plasma semelhante à pele humana. Eles são irradiadores de luz, mas energizam uma energia ou vibração que estimula e desperta, são extremamente estimuladores do vigor. E assim como temos seres humanos maus, temos também Exus muito maus. Porque estes estímulos provocados por Exu, muitas vezes traz loucura escravidão e até morte. Por isso cuidado ao lidarmos com esses seres nunca é pouco. Saiba que o nível de prudência é que diferencia um mago para o outro!

Dizem que Exús concedem sempre quando os solicitam, mas se errarem, o ser, logo serão punidos pelo pólo negativo do mistério que afrontaram. Assim é a lei, e diante dela, cada um é responsável por tudo o que fizer. A lei sempre está atuando e bloqueando os pontos de captação, impedindo os seres de desviarem-se do que o destino lhes reservou para a encarnação que estão vivendo. Quando a causa do bloqueio é emocional, basta anular a fonte de desequilíbrio, que o ser readquire o seu vigor, mas quando a lei está bloqueando, ai pode-se invocar, quem desejarmos que nada será conseguido.

Exú é regido pela lei, seria o último a afrontá-la. Ele olha para alguém (consulente) e de imediato sabe se é desequilíbrio emocional, ou imposição da lei. Por isso considero que um Exu Iluminado poderá como um consultor às vezes melhor que qualquer Guia.
Se a lei está atuando, ele, o Exú não deixa de ajudá-lo, mas em outros sentidos, que com certeza ajudarão as pessoas a reabilitar-se diante dessa Lei. É mais ou menos assim, quase simples. Mas nem sempre compreensível para todos.

Se um encarnado está sofrendo uma atuação bloqueadora no seu sétimo sentido, por exemplo, porque em uma encarnação anterior abusou das coisas relativas ao sexo, ele não ajuda, mas estimulam outros dos seus sentidos. Daí cabe ao individuo buscar conhecimento e entendimento para se libertar. E isso só será possível através do crescimento espiritual. O desejo de realizar alguma coisa nobre que o creditara diante da lei, e também anulam em seu emocional as ansiedades relativas ao sexo, livrando-o de algum tormento. O melhor antídoto e mais precioso remédio para o veneno de Exu que nos acrisola é o amor, a caridade e a misericórdia. Deve-se também perceber que, vigor e desejo sexual, são coisas diferentes.

O vigor é qualidade de energia, desejo, independe de vigor e tem causa própria. Um não depende do outro, são coisas distintas, ainda que num determinado ponto se cruze e se estimulem os seres de forma tão intensa que chegam a cometer loucuras. E são nesses momentos de loucuras que o homem entra mais profundamente em contato com o mal que há dentro de si, tornando-se presa fácil à tentação destrutiva. Mesmo seres impotentes não dispensam a companhia do sexo oposto. Se compraziam só em tocá-las. Desvirtuam-se de tal forma, que ao desencarnarem, seus emocionais deformados os lançaram em aberrantes tormentos do sexo. Por isso muitas Pombagiras ainda atuam maleficamente sobre o inconsciente das pessoas trazendo confusão, dor e loucura.

Em vida, ao invés de aquietarem-se, porque o corpo carnal havia deixado de gerar energias físicas, se emocionavam tanto, que virava uma obsessão. Quando sabiam de algum mago que operava nesse campo, pagava verdadeiras fortunas tentando reaver um vigor que já se havia ido, restando o desejo. E assim provocou-se muito desequilíbrio, tanto pessoal, quanto coletivo, por meios de reflexos mentais e espirituais. Muitos deixaram como herança para seus descendentes uma áurea maléfica e a maldição dada a eles foi repartida. Por isso a atuação do antigo Provérbio: “os pais comem as uvas e os filhos cegam os dentes”.
O desejo dirige o vigor e não o contrário. O vigor não se incomoda com as aparências, os modos, a cor, a raça: o desejo direciona o vigor das pessoas tornando-as seletivas quanto a seus pares sexuais. Sabendo disso, muitas entidades malignas incitaram fortemente o desejo de muitos trazendo intolerância, abusos e escravidão sobre a terra.

O desejo por alguém em especial estimula relações duradouras. Ninguém abdica do que se deseja, seja o que for. Alias diz-se que o desejo é a causa dos grandes males da humanidade. O mistério de Exú atua no vigor, na potência e na força. Em sua dimensão, somente essas energias são manipuladas. Já o desejo, é gerado em outra dimensão paralela a esta, e a energia lá gerada são divididas em outras dimensões, onde estimulou nos seres o desejo por alguma coisa. Assim existe uma grande diferença entre a atuação de Exu sobre a fecundação entre outros seres vivos e entre os homens. Isso se dá porque ele atua em cada nível com uma forma adquirida na sua trajetória evolutiva. Pois no mundo vegetal ele ainda é um simples elemental, como também entre os animais irracionais, mas entre os homens ele já é um Deva ou Ministro do Criador.

Sem desejo os seres tornam-se apáticos, estacionam no tempo e não evoluem, pois não, por que eles desejam nada além do que tem em si mesmo. Sem o desejo a paralisia seria total, não haveria reprodução, nem tão pouco a evolução. Com o desejo, por exemplo, de conhecermos, chegaremos lá se aplicarmos esse desejo de forma bem direcionada. Quando um Exú entra na vida de alguém, é porque o pólo oposto desse alguém está em desequilíbrio. Assim, quando isso acontece o dever do individuo é o de buscar restabelecer esse equilíbrio perdido, descobrindo a causa dele ter ocorrido.

Os domínios das trevas possuem tronos poderosíssimos, energeticamente falando. Ali, ocupados por espíritos humanos desvirtuados, anjos caídos e o tenebroso Príncipe das Trevas, que deram início a aquilo que chamamos de trevas da ignorância. No positivo a luz é constante, no negativo, constante é a escuridão. Dizem que lúcifer foi apenas o condensador de todo o magnetismo tipicamente humano de natureza negativa. Como alguém pode querer estar na luz, se antes não conheceu as trevas. Mas nunca devemos esquecer que a luta deve ser para alcançar a luz e nunca permanecer nas trevas como Satanás optou.

A umbanda sempre convida a todos os que transitam nos dois sentidos pelos caminhos da vida; pois a cada um conduzirei, e a todos reconduzirei ao paraíso, que perderam numa noite escura, que mudou os rumos da humanidade revelando, sofrimento e morte.

Exú é energia e mistério. Enquanto energia é vitalizador e transformador, enquanto mistério é agente da lei maior. É vitalizador ou desvitalizador dos sentidos capitais de um ser, e atua como transformador de muitos desses seres. Por isso Ele se apresenta como um desafio perigoso sendo que muitos ao tentar entrar em contato com Ele não conseguem dominar essa transformação, mas são dominados por ela totalmente.

Para alguns, Exú, enquanto elemento cósmico mágico, só é ativado ou desativado se for devidamente pago com oferendas simbólicas. Mas na verdade não é só assim, pois quase sempre a necessidade de uma ritualística muito mais complexa. Já Exú, enquanto elemento religioso atua como esgotador de karmas individuais e como vitalizador ou esgotador da religiosidade das pessoas. E ainda Exú, enquanto mistério auxiliar do mistério contido no Orixá lida com seus aspectos negativos naturalmente, e os ativa ou desativa segundo as reações de quem for alcançado e atingido por eles (os aspectos negativos dos orixás). A direção apontada por Exu depende em especial da afinidade com o médium.

Enquanto linha esquerda da Umbanda, Exú incorpora nos seus médiuns e dá consultas gratuitas a quem dispuser-se a falar com ele, aconselhando, orientando, defendendo, ajudando a superar suas dificuldades materiais ou espirituais, familiares, sexuais ou de trabalho, etc., mas sempre a partir de sua visão cósmica das situações, de seu senso de oportunismo e de seu entendimento pessoal de como deve proceder para responder a quem solicitou. No entanto para que ele venha a atuar nesse nível é preciso que o mesmo tenha trilhado um caminho de luz o trabalhado com empenho pela mesma.

Escrevendo reto por linhas tortas Exú; escreve torto por linhas retas na maioria das vezes em todas as etapas de sua evolução, pois Ele é a entidade que mais compartilha com o homem todos os processos evolutivos, sendo Ele a Entidade mais próxima do homem. Assim diz-se que ele escreve torto em linhas tortas. Só não consegue escrever reto em linhas retas... Porque tem duas cabeças, uma instintiva e outra emotiva; uma é movida por suas necessidades (instinto) e outra movida por seus interesses (emoção). Mas se alcança a evolução espiritual ele também consegue escrever certo em linhas muito certas, mas só quando a parte emotiva se torna mais forte, sendo que o amor é quem impera. Essa é a fase onde ele passa de Senhor dos Caminhos, para arrebanhador de almas (Caboclos) ou orixá.
As duas cabeças de Exú representam sua natureza dual (é bom ou mau) que ora o instiga a satisfazer as suas necessidades, ora o induz a satisfazer as necessidades alheias. Na verdade como todo ser humano!
Por isso, se um Exú for assentado na tronqueira de um terreiro, ou em um lugar qualquer, ele tem que ser servido e saudado antes do início de qualquer ritual. Mas acredito que essa é uma regra criada nos templos que só se interessavam na busca do poder e da magia. Pois nos templos que buscavam a iluminação espiritual os orixás senhores da vida e do carma vem em primeiro lugar.


Exú é o mais humano dos mistérios da Umbanda, porque assimila tudo o que seu médium vibra em seu íntimo. Não é a toa que ele é o senhor de toda força fecundadora da terra. E se assim é, é porque Exú é especular (semelhante a um espelho) e reflete em si a natureza emotiva do seu médium, através da qual ele manifesta quando incorpora. Mas nem só atua como reflexo do homem, mas de tudo que é considerado de Esquerda no cosmos, como por exemplo, as tempestades, os vulcões, os venenos, os elementos radioativos e nucleares, etc. Assim devemos tentar entender a nós mesmos para que facilite o entendimento de tudo a nossa volta. Na Umbanda-Astrológica percebemos as Vibrações de Exu na carta natal, através de muitos fatores, como: a posição de Plutão, a soma dos aspectos desafiadores, dos elementos, da Lilith, de pontos e partes do horóscopo somado; das posições planetárias etc., o bom de analisarmos o mapa com intenção de verificarmos as entidades atuantes é que podemos perceber quais áreas e com que personalização Exu atua na vida do nativo.

Axé.

sexta-feira, 21 de março de 2014

FIRMAR O ANJO DA GUARDA


caminhos


Comumente escutamos em atendimentos com guias que devemos manter a vela de nosso anjo de guarda acesa.

Esta atitude gerou diversas Dúvidas e colocações nem sempre verdadeiras a respeito do fato de se firmar anjo de guarda. E aí surgem as perguntas: Damos luz para nossos anjos de guarda?

Deus colocaria um espírito sem luz para tomar conta de nossas vidas?


Notamos aí sem duvidas em grande erro.

Quando firmamos uma vela para nosso anjo, não estamos dando-lhe luz, mas sim criando um campo de proteção a nossa volta ígneo, ou seja, a partir da chama da vela nosso anjo irradia uma energia ígnea para consumir campos negativos, afastar espíritos desequilibrados e iluminar nosso mental para podermos receber suas orientações através da intuição.

Da mesma forma que não encontramos lógica em se firmar esta vela acima ou abaixo de nossa cabeça, pois de um momento que ela tenha sido devidamente consagrada aonde a mesma ficará firmada seja em cima de nossa cabeça ou abaixo da mesma não fará a menor diferença.

Quando ofertamos a nosso anjo a água, também não estamos matando sede de ninguém, mas tão somente utilizando-se de um elemento aquático para purificação de nosso espírito. Esperamos que com esta pequena contribuição possamos mostrar um dos fundamentos dos rituais de Umbanda.

Saravá.

O FUNDAMENTO DOS CAMPOS VIBRATÓRIOS

campos vibratórios


Desde o advento da humanidade no globo terrestre, a natureza tem sido fonte inesgotável de recursos bioenergéticos para a criação, evolução e sedimentação dos vários organismos que a compõem. As antigas religiões orientais como o Bramanismo, Induísmo, Confucionismo, Budismo, além dos cultos Ameríndios e Africanistas, sempre valorizaram a natureza como essência catalisadora de energias para equilibrar a psico-fisiologia do ser humano.

É da natureza que se extrai os elementos necessários ao reajustamento das faculdades biopsicomotoras, tão importantes à mente, ao espírito e a parte corpórea. É na natureza que há uma maior interação entre o plano material e o astral. Em contato com rios, florestas, cachoeiras, mares, campinas etc., absorvemos as vibrações emanadas do Cosmo, que são recepcionadas por estes sítios de captação fluídico-espiritual.

É na natureza que encontramos o habitat de certas formas espirituais, de evolução diferente dos seres humanos, chamados por alguns de gnomos, silfos, salamandras, ondinas etc., o que na Umbanda nomeamos Elementais ou Espíritos da Natureza.

Os Elementais são os responsáveis pela manipulação etérea dos materiais existentes nestes sítios vibracionais, condensando partículas energéticas que muitas vezes são utilizadas por Caboclos, Pretos-Velhos, Exus e Crianças, dentre outros, para trabalhos de cura, desobsessão, neutralização de demandas e assim por diante.

Tal importância têm os Elementais na dinâmica telúrico-cósmica que Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, no capítulo destinado à categoria e classe dos seres espirituais, cita a existência de seres (os Elementais) responsáveis pela proteção, cultivo e manipulação de elementos atinentes aos diversos campos vibratórios.

Com a anunciação da Umbanda no plano físico em 15 de novembro de 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, forma fixadas diretrizes para o correto e integral desenvolvimento desta Corrente Astral. Dentre estas diretrizes, encontramos o culto, o trato e o usufruto, por parte de médiuns e espíritos, dos benefícios alojados nestes logradouros naturais.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas sempre orientava quanto a importância dos trabalhos efetuados nos rincões da natureza, no tocante principalmente a limpeza, reajustamento e fortalecimento dos centros de força (chakras) e plexos nervosos, desintoxicação perispiritual, e assepsia da aura.

Alguns pensam que as florestas, rios, mares, pedreiras etc. São lugares somente destinados a louvação dos Orixás, o que é um engano. Em realidade, quando nos direcionamos a estes lugares, somos nós, médiuns, que recebemos as graças e os cuidados que todo aquele que serve de medianeiro à ação dos espíritos bons necessita ter.

Durante um gira ou sessão nos campos vibratórios, somos ofertados por nossos Guias e Protetores com uma contínua carga de fluídos positivos, cujos elementos constitutivos são retirados das flores, folhas, raízes, água doce, água salgada etc.

Neste aspecto, o trabalho de nossos amigos espirituais é facilitado, pois estando seus aparelhos em contato direto com a natureza, e por isto sujeitos à influência das energias dali emanadas, a missão de impregnação fluídica positiva torna-se mais eficaz, o que seria difícil acontecer longe destes campos.

Devido ao acúmulo de cargas eletromagnéticas densamente negativas sobre as cidades, produto do atual estágio consciencional e comportamental das pessoas, os fluídos dos sítios vibratórios sofrem, quando direcionados a outro lugar, o ataque de energias negativas chamadas formas-pensamento e também de espíritos de baixa vibração (kiumbas desqualificados), que impedem, total ou parcialmente, que aquelas energias cheguem ao seu destino.


Desta forma, a natureza constitui-se em fonte de equilíbrio, reequilíbrio, harmonização, desintoxicação, assepsia, imantação e caridade, frente aos trabalhos de Umbanda.


Saravá.






domingo, 9 de março de 2014

Pontos de Força na Umbanda

forças naturais


Nem os índios nativos nem os povos africanos adoravam a natureza em si, mas sim as potências associadas aos muitos aspectos desta natureza viva capaz de alimentá-los ou castigá-los.

O Ponto de Força é o meio mais natural de sintonizar vibratoriamente, energeticamente e magneticamente os Orixás, afinal sabemos que a maneira mais fácil de chegarmos àquilo que chamamos de imaterial, que representa o Divino, é por meio do material ou físico.

Nesses locais as energias e os magnetismos são mais puros e facilitam o contato com outro lado da vida. São como grandes chacras, vórtices captadores e emanadores de energias, com uma potencialização super elevada e Divina.

Portanto, o umbandista tem o privilégio de ter à disposição, 24 horas por dias, sete dias da semana e 365 dias por ano, os chamados Pontos de Força ou Santuários Naturais, os quais cultuamos, evocamos e entramos em contato mediúnico, energético e vibratório com os Guias e Orixás de forma única e Divina.


A Beira-Mar é um ponto de forças natural e é tido como o altar aberto a todos pela nossa Mãe Yemanjá.

As Cachoeiras são pontos de forças e santuários naturais de nossa Mãe Oxum;

As Matas são pontos de forças e santuários naturais do nosso Pai Oxossi;

As Pedreiras são pontos de forças e santuários naturais de nosso Pai Xangô e de nossas Mães Yansã e Egunitá;

Os Cemitérios são pontos de forças e santuários naturais dos nossos Pais Omulu e Obaluayê;

O Campo Aberto é o santuário natural das divindades regidas pelo tempo, entre as quais nosso Pai Oxalá e nossa Mãe Oyá;

Os Caminhos são os pontos de forças do nosso Pai Ogum;

Os Lagos são os pontos de forças e santuários naturais de nossa Mãe Nanã Buruquê.

As Matas e Bosques à Beira dos Lagos e Rios são os pontos de forças e os santuários naturais de nossa Mãe Obá;

Os Jardins, a Beira-Mar e as Cachoeiras são os pontos de forças dos erês ou encantados da natureza;

As Encruzilhadas são os pontos de forças dos Exus e Pombas Giras dentro da Lei da Umbanda. 


A Encruzilhada representa um sinal um tanto quanto cabalístico. É a entrada e saída de tudo. Quatro cantos, um apontando para cada ponto cardeal. O centro é a convergência, o núcleo de energia acumulada naquele local, e é um dos Pontos de Forças regido por Ogum. Orixá da Lei que rege os Senhores Exus, e os caminhos da encruza. Representa a ascensão e a queda, o bem e o mal, o livre arbítrio do homem em decidir seu caminho.

O culto aos Orixás, sempre que possível, deve ser realizado nos Pontos de Forças ou Santuários Naturais, porque nesses locais a energia ambiente é mais afim com a deles, e os magnetismos ali existentes dilui condensações energéticas existentes no nosso campo vibratório.

Condensações essas que vamos acumulando em nosso espírito que são prejudiciais ao corpo etérico ou energético, muitas vezes nem nos damos conta disso, e nos tornamos pesados, apáticos, desinteressados.

Lembramos que, há uma troca permanente entre o corpo carnal e espiritual e se um estiver debilitado automaticamente se reflete no outro corpo adoecendo-o e debilitando-o.

O banho de ervas, por exemplo, limpa o espírito por intermédio do corpo carnal.
Já quando os Guias Espirituais recomendam banhos de cachoeira, é porque o magnetismo e a energia ali existentes desagregam energias negativas enfermiças acumuladas no espírito e já internalizadas nos órgãos etéricos do espírito.

Quando recomendam banhos de mar, é porque a energia salina ali existente cura enfermidades existentes no espírito das pessoas. Também, a água do mar queima larvas astrais resistentes a outros tipos de banhos (ervas, sementes, raízes etc.).

Os santuários naturais não são uma invenção humana, mas sim todos somos beneficiados pelas energias e pelo magnetismo existentes neles. E, se recomendamos a realização periódica de cultos religiosos neles, é porque nesses momentos as energias e o magnetismo específicos deles ficam saturados com os das divindades ali evocadas, e somos beneficiados de forma sensível, pois os absorvemos junto com as energias geradas naturalmente nesses locais altamente magnéticos.

Portanto, se um banho de mar, de cachoeira ou de ervas é bom, se evocarmos a Divindade associada a estes locais, ou aos seus elementos, então ele será ótimo. Divino mesmo!

Saibam que:
- Um culto realizado ao redor de uma fogueira queima miasmas ou larvas astrais e energiza positivamente o espírito das pessoas alcançadas por suas ondas quentes.

- Um culto realizado à beira da água (cachoeira, rio, lagoa ou mar) limpa e sutiliza o corpo energético das pessoas e as magnetiza positivamente. A cachoeira e o mar são geradores de energias, já as ondas do mar descarregam energias.

A energia de um rio é irradiante e da pedreira é geradora, já uma pedra irradia as energias geradas pela pedreira. Tudo muito complementar e Divino.

Um culto realizado nas matas fecha aberturas na aura, sutiliza o magnetismo mental e purifica os órgãos etéricos do corpo energético (espírito) das pessoas, expandindo seu campo áurico, salientado que a árvore é geradora de energias.

Um culto realizado no tempo, em campo aberto, dilata os sete campos magnéticos das pessoas e as tornam muito “leves”.

Um culto realizado na terra arenosa densifica o magnetismo mental e concentra as energias das pessoas, fortalecendo-as vibratoriamente.

Percebam que cada local tem sua Divindade, que tanto deve ser oferendada e adorada como deve incorporar os espíritos associados a ela, pois, são membros de suas hierarquias espirituais, todos voltados para nós e imbuídos dos melhores sentimentos para conosco, os seus irmãos encarnados.

Oferendar é um dever religioso, é demonstração de amor, respeito e fé.

Portanto, toda oferenda tem que ser realizada com sobriedade, respeito e reverência, fé e religiosidade (sem ofender a natureza), senão não passará de um ato profano e profanador do santuário natural.

Posturas inconseqüentes, pensamentos dispersivos, conversas profanas, desleixos e falta de sobriedade, não são aceitos como procedimentos religiosos, e quem assim se mostrar a eles está mostrando-se indigno do amor que emanam por nós, seus filhos amados.


ATENÇÃO

A riqueza de uma oferenda não está na qualidade de elementos, mas sim na intensidade que vibramos nosso amor, respeito e fé pelas Divindades.

Ao sujar a natureza e esses Sagrados Pontos de Forças, estamos contaminando, obstruindo um chacra energético super potente, e assim sendo, esse chacra começará a emanar energias densas e deletérias.

A maioria das oferendas, principalmente as oferendas com sentido religioso e consagratória, os elementos materiais ofertado como velas, flores, bebidas, etc., podem e devem ser retirados do local após a louvação à Divindade. Assim, a natureza será preservada e a sociedade respeitará mais a Umbanda.

A oferenda Religiosa é aquela em que o fiel oferenda um Orixá somente no sentido de reverência por amor, fé, devoção, respeito. Mesmo pedindo proteção não ativa os poderes magísticos dos Orixás e Guias.

A oferenda Consagratótia é aquela realizada para obter a imantação permanente dos poderes Divinos em determinados objetos que serão a representação da energia do Orixá. Ou seja, uma pedra, só se transformará em um “Otá de Xangô”, por exemplo, se a pedra for imantada no Ponto de Força especifico do Orixá – nas pedreiras, e isso acontece através de uma oferenda consagratória.

Essa imantação e energia estarão à nossa disposição o tempo todo, onde poderemos direcioná-las para nossas necessidades – é a concessão de poderes dados pelos Guias e Orixás. No entanto, implica em deveres a serem cumpridos religiosamente, pois não basta somente colocá-los no altar e usar quando precisar.

Esses objetos deverão ser alimentados, respeitados, cuidados, iluminados, isolados dos curiosos, deverão ser respeitados e entendidos como algo Sagrado.

Antes de arriar qualquer tipo de oferenda aos Orixás e Guias Espirituais, deve-se oferendar a “Esquerda”.

Exu é o Sr. dos Caminhos, grande Mensageiro, o que tudo permite, portanto nada mais inteligente e respeitoso oferenda-lo primeiro. E mais, Exu é quem abre e fechas as portas, é quem ativa e desativa carmas, é Ele que faz que sejam cumpridas as ordens supremas de Ogum determinadas por Xangô.

Além disso, Exu é o Guardião do Ponto de Força em que você vai arriar sua oferenda, então nada mais justo oferenda-lo primeiro pedindo permissão para entrar e sair.

Portanto, o umbandista que conhece e reconhece a verdadeira Força Exu, sabe que Eles estão sempre em primeiro lugar, que sem Eles nada se faz e nada acontece, compreende bem o que estou dizendo “oferendar Exu em primeiro lugar é sinal de respeito e de reconhecimento de forças”.

No entanto é bom frisar que não se oferenda um Exu pessoal e sim o Guardião daquele Ponto de Força e seus falangeiros, por exemplo, se a oferenda é nas matas, antes oferenda-se “o Sr. Guardião das Matas e as Falanges dos Exus das Matas”. A mesma atenção e respeito deve-se ter com as Sras. Pombogiras.

Outro cuidado importante, é que antes de sair de casa para fazer a oferenda, deve-se tomar um bom banho de defesa e já deixar pronto para a hora que chegar, um outro banho de energização ou fixação na força do Orixá que se oferendou.

Além de fazer as firmezas básicas e naturais de um umbandista como por exemplo, a vela do anjo de guarda acesa, triângulo de velas firmadas solicitando a proteção Sagrada, etc.

Sei que esse assunto é muito vasto, mas espero ter clareado um pouco a mente dos umbandistas e levado a importância do conhecimento dentro da religião de Umbanda.

Afinal, UMBANDA TEM FUNDAMENTO. MAS É PRECISO SABER PREPARAR.

Saravá.

Eu, Orgulhoso?

orgulho

Paulo de Tarso, em uma de suas epístolas ao povo de Corinto, expressa que atualmente nos vemos como por um espelho, parcialmente, mas que haveríamos de nos conhecer como verdadeiramente somos.

Fazia alusão, certamente, ao nosso auto-descobrimento como seres divinos e, como tais, seres espirituais e imortais. Neste instante, em que nos defrontaremos com a nossa verdadeira realidade, haveremos de nos identificarmos sem o véu da ilusão que as aparências do mundo físico proporciona aos sentidos e suas conseqüências naturais.

Esta descoberta facilita o não desenvolvimento de sentimentos egoísticos e permite nos enxergarmos sem os adereços personalísticos que maioria de nós cria e cultiva, isto é, sem a supervalorização do eu.

Este império do eu se reflete na maioria dos comportamentos de orgulho que se caracteriza por uma paixão crônica por si mesmo. Este "amor" próprio se revela, porém, em muitas faces. O melindre é o orgulho na mágoa.

A pretensão é o orgulho nas aspirações. A presunção é o orgulho no saber. O preconceito é o orgulho nas concepções. A indiferença é o orgulho na sensibilidade. O desprezo é o orgulho no entendimento. A vaidade é o orgulho do que se imagina ser. A inveja é o orgulho perante as vitórias alheias. A falsa modéstia é o orgulho da "humildade artificial".

A prepotência é o orgulho de poder. A dissimulação é o orgulho nas aparências. Analisando nesta amplitude conceitual é muito difícil não constatar o quão orgulhosos somos. Ainda assim, muitas pessoas não conseguem realizar este auto-diagnóstico, afirmando "orgulhoso eu?".

Dois pesquisadores do comportamento humano, Joseph Luft e Harry Ingham, lançaram, há mais de quarenta anos, um modelo de compreensão da percepção das atitudes humanas que ficou conhecido como a Janela de Johari e que pode facilitar na identificação do orgulho humano.

Trata-se de uma interseção das percepções daquilo que é conhecido ou não pelos outros com aquilo que é conhecido ou não pela própria pessoa.

Estas interseções provocam o aparecimento de quatro áreas de conhecimento/percepção do indivíduo: (1) O eu aberto, que representa o nosso comportamento manifesto, conhecido por nós e pelos outros; (2) o eu cego, que representa nosso comportamento que é facilmente percebido pelos outros, mas do qual não temos consciência; (3) o eu secreto, que abrange as coisas que conhecemos sobre nós, mas escondemos dos outros, variando desde aspectos insignificantes até os mais importantes e (4) o eu desconhecido, que se refere às coisas que desconhecemos sobre nós, as quais os outros também não têm acesso, como, por exemplo, potencialidades escondidas e traços de personalidade ainda inconscientes.

O orgulho pode estar localizado em qualquer uma destas áreas, mas comumente pode ser encontrado no eu cego, onde os outros percebem, mas não conseguimos enxergar.

Há diversos ângulos de estudo do orgulho, uma vez que sua manifestação é variada. O orgulhoso, por exemplo, é alguém que se compara o tempo inteiro aos outros. Compara-se para elevar-se sobre os demais. Por conseqüência, possui uma excessiva preocupação com a opinião do outro sobre si que se transforma numa espécie de neurose.

Está sempre diminuindo o valor dos esforços alheios e, desta forma, é alguém que atrai antipatia e indiferença. O orgulhoso, achando-se "o rei da cocada preta" - numa expressão bem nordestina - valoriza o que não é, mas desejaria ser, o que o leva a pensar e a sentir que tudo que faz ou tem é melhor do que o do outro. Aí é que ele se aprisiona nas teias da ilusão, pois cria seu mundinho à parte e dá a ele vida intensa.

O personalismo, que talvez seja a forma mais concreta de identificação do orgulho, pode ser encontrado em comportamentos como a irredutibilidade velada ou clara; vaidade intelectual, dificuldade de conviver pacificamente com a diversidade humana; manipulação interpretativa de conceitos; autoritarismo nas decisões; boicote na cooperação a projetos que partam de outras cabeças; agastamento ante as cobranças e correções; sistemática competição para produzir além dos outros e da capacidade pessoal; coleção de animosidades; superlativa fixação dos valores que possui; pretensões de destaque; vício de ser elogiado e apego às próprias obras, até porque "Narciso acha feio o que não é espelho".

O personalista é alguém que não sabe dialogar, não sabe dividir, não sabe trocar, não sabe ouvir. Eis o grande desafio a ser vencido pelo orgulhoso.

A antítese para vencer o orgulho é procurar ser humilde. Esta palavra sabiamente expressa o sentido que se busca na superação do orgulho. A sua etimologia é a mesma das palavras humano e húmus, por exemplo, e das expressões inglesas análogas humble (humilde) e humility (humildade).

A raiz latina hum significa aquilo que vem da terra. Assim, humilhar originalmente quer dizer aquele que numa luta colocava o outro no chão. Humildade, bem apropriado, é aquele que mantém os pés no chão.

Ser humilde é aquele que tem consciência do que é, nem mais nem menos. É aquele que reconhece os seus limites e suas qualidades. É aquele que está em sintonia com a realidade, com a verdade. É aquele que está apto a ouvir o outro, viver em harmonia com o outro.

Algumas posturas de humildade podem e devem ser exercitadas como emitir opiniões sem fixar-se obstinadamente na idéia de serem as melhores; aprender a discernir os limites entre convicção e irredutibilidade nos pontos de vista; ouvir a discordância alheia acerca de nossas ações sem sentimento de perda ou melindre;

Cultivar abnegação na apresentação dos projetos nascidos no esforço pessoal, expondo-os para análise grupal; evitar difundir excessivamente o que já fez; disciplinar e enobrecer o hábito de fazer comparações; acreditar que a colaboração pessoal sempre poderá ser aperfeiçoada; pedir desculpas quando errar; ter metas sem agigantá-las na sua importância frente às incertezas do futuro; admitir para si sentimentos de mágoa e inveja; ser simples; ter como única expectativa nas participações individuais o desejo de aprender e ser útil e delegar tarefas, mesmo que acredite que outro não dará conta de fazê-la tão bem quanto você.

O mundo materialista e capitalista em que vivemos, sem dúvida, é um grande alimentador do orgulho pessoal, o que torna mais difícil superá-lo, pois somos estimulados constantemente pelos holofotes da vaidade, pela luta competitiva do dia-a-dia e pela valorização das aparências.

Jesus, a maior celebridade de todos os tempos, era, acima de tudo, humilde. Sendo quem era poderia reivindicar outro tratamento, querer ser "paparicado" ou exigir que todos o reverenciassem pela sua posição superior.

Em vez disso, deu lições contínuas de humildade, tanto que ensinou que "o Reino de Deus não vem com a aparência exterior", que "aquele que se exaltar seria humilhado" e que "os últimos seriam os primeiros".

Saravá...

“O Terreiro é fraco” ou “O Fraco está no Terreiro”?

ignorância

Muitos de nós, irmãos Umbandistas, já ouvimos este termo “O Terreiro é fraco”, mas como podemos categorizar os termos: Fraco e o Forte?

Qual será o parâmetro que utilizamos para esta avaliação? Seria a não realização de sonhos ou desejos?

Antes de responder ao questionamento gostaria de seu acompanhamento nesta linha de raciocínio.

Por que vamos ao terreiro? Muitas podem ser as respostas, mas vamos pensar de forma simples, vamos ao Terreiro pela Religião, ou seja, “religar” a Deus.

Este é o mínimo, mas para muitos a ida até o terreiro, é para: amarrar, destruir, matar, separar, perturbar alguém, etc. Bom neste momento o sentimento mínimo já se perdeu pelos caminhos, espero que reencontre este sentimento assim que entrar no terreiro.

Infelizmente algumas pessoas quando chegam ao terreiro, continuam com suas idéias negativas e não param nem um segundo para analisar se estão certas ou erradas.

Então é  chegada à hora da consulta, e estas pessoas mesmo após as defumações, orações e pedidos do (a) Dirigente para que elevem seus pensamentos a Deus com harmonia e amor, continuam com a idéia fixa, como se não tivessem ouvido estas palavras.

O Consulente com o pensamento negativado se dirige ao encontro da entidade, que lhe dará o atendimento, e começa com os seus lamentos e reclamações onde todos que lhe rodeiam não prestam e ele (a) é um (a) coitado (a).

A entidade tenta amolecer a mente e o coração deste Consulente através de suas sábias palavras e com o auxílio dos seus elementos de Trabalho, mas como o atendimento é uma Parceria entre o Consulente e o Guia, então o Consulente não permite que esta Luz penetre em seu interior tornando-o uma pessoa “não tão ácida”.

Após as explicações e os pedidos do Consulente o Guia lhe responde positivamente que vai lhe ajudar.

Estão assustados com a resposta do Guia? Por quê?

A ajuda que o Guia vai dar, será pedindo para que Oxalá dê a este irmão as Luzes de: “Oxum pondo Amor no coração, Ogum para cortar a maldade que o cerca, Obaluayê para transmutar seus sentimentos negativos em positivos, Oxossi para o conhecimento a fim de enxergar as vossas Fraquezas interiores”.

Ao término do seu atendimento, esta (e) irmã (o) volta para casa confiante de que seus pedidos, “destruidores”, serão realizados, mas depois de alguns dias nada acontece e o nosso irmãozinho vai até outro Terreiro, com as mesmas intenções.

Outro Guia lhe atende e pergunta:

O que posso ajudar?

O Consulente repete seus pedidos “destruidores” e ainda complementa que o terreiro onde tinha freqüentado era muito Fraco.

Antes de iniciar o seu trabalho o Guia pergunta para o Consulente se ele conseguiria explicar melhor o termo “muito Fraco”. O Consulente firmemente responde: Não fui atendido.

O Guia deixa alguns segundos de silêncio e retruca ao Consulente:

Será que é  “Fraco” aquele que pede por ti, para que tenha mais Amor, Luz em sua Mente, mais Evolução e Proteção? Será que é “Fraco” aquele que tenta abrir teus olhos a Luz? Será que é “Fraco” aquele que tenta te colocar mais perto de Deus? Será que é “Fraco” aquele que pede o perdão por ti?

Ou o “Fraco” é aquele que não conseguiu enxergar tudo isso e mesmo assim insiste em caminhar nas trevas de sua própria ignorância, na escuridão de seus caprichos?

Após estes questionamentos o Guia retoma a pergunta ao Consulente:

- O que posso ajudar?

O Consulente responde ao Guia com a voz embargada:

- Me dê força e peço perdão pelos meus sentimentos “Fracos” que levei para dentro de outros terreiros.

Saravá.

AUTO-PIEDADE




Muita gente procura o centro de Umbanda em busca de uma conversa direta com os guias espirituais. Talvez acreditem que, se tiverem oportunidade de conversar, chorar suas mágoas e defender suas idéias de auto-piedade, os espíritos se mobilizarão para auxiliá-los e destrinchar suas dificuldades com toda a urgência e facilidade.

Meu Deus, como muitos amigos(as) estão equivocados! espírito nenhum resolve problemas de ninguém. Esse definitivamente não é o objetivo nem o papel dos espíritos, meu filho(a). Se porventura você está em busca de uma solução simples e repentina para seus dramas e desafios, saiba que os espíritos desconhecem quimera capaz de cumprir esse intento.

No Espiritismo e na Umbanda, não se traz o amor de volta; ensina-se a amar mais e valorizar a vida, os sentimentos e as emoções, sem pretender controlar os sentimentos alheios ou transformar o outro em fantoche de nossas emoções desajustadas.

Os espíritos não estão aí para “desmanchar trabalhos” ou feitiçarias; é dever de cada um renovar os próprios pensamentos, procurar auxílio terapêutico para educar as emoções e aprender a viver com maior qualidade.

Até o momento, não encontramos uma varinha mágica ou uma lâmpada maravilhosa com um gênio que possa satisfazer anseios e desejos, resolvendo as questões de meus filhos(as). O máximo que podemos fazer é apontar certos caminhos e incentivar meus filhos(as) a caminhar e desenvolver, seguindo a rota do amor.

Não adianta falar com as entidades e os guias ou procurar o auxílio dos orixás, como muitos acreditam, pois tanto a solução como a gênese de todos os problemas está dentro de você, meu filho. Ao menos no espiritismo, a função dos espíritos é maior do que satisfazer caprichos e necessidades imediatas daqueles que concentram sua visão nas coisas do mundo.

Não podemos perder nosso tempo com lamentações intermináveis nem com pranto que não produza renovação. Nosso campo de trabalho é a intimidade do ser humano, e a cientização de sua capacidade de trabalhar e investir no lado bom de todas as coisas. Nada mais.

Tem gente por aí se deixando levar pelas aparências de espiritualidade. A grande multidão ainda não despertou para as verdades espirituais e acha-se com os sentidos embriagados e as crenças arraigadas em formas mesquinhas e irreais de viver a vida espiritual.

Persegue soluções que lhe sejam favoráveis, e, em geral, tais soluções dizem respeito a questões emocionais ou materiais que meus filhos(as) não se sentiram capazes de superar. Ah! Como se enganam quanto à realidade do espírito.

O aprendizado da vida é longo, amplo e exige um esforço mental de tais proporções que não torna fácil romper com os velhos hábitos de barganhas espirituais aprendidos com as religiões do passado.

Fazem-se promessas, cumprem-se rituais na esperança de que os espíritos ou Deus concedam-lhes um favor qualquer em troca de seus esforços externos, que presumem sobrepor-se aos valores internos. Pensamentos assim resultam de uma educação religiosa deficiente e advêm de hábitos seculares que perduram nos dias atuais e carecem de uma análise mais profunda.

Os indivíduos que agem com base nessas premissas evitam reconhecer sua responsabilidade nos acontecimentos que os atingem e pensam enganar a Deus com seu jeito leviano e irresponsável de tratar as questões espirituais. Fatalmente se decepcionam ao constatar que aquilo que queriam não se realizou e que as focas sublimes da vida não se dobraram aos seus caprichos pessoais.

Os problemas apresentados pela vida têm endereço certo, e não há como transferi-los para os espíritos resolverem. Se determinada luta ou dificuldade chega até você, compete a você vencê-la. Na sede de se livrar do processo educativo ministrado pela vida, meus filhos(as) esperam que , os espíritos, possam isentá-los de seus desafios. Isso é irreal.

Não detém o poder de transferir de endereço a receita de reeducação que vem para cada um. Nenhum espírito minimamente esclarecido poderá prometer esse tipo de coisa sem comprometer o aprendizado individual. Foram chamados pelo Pai para auxiliar meus filhos(as) apontando o caminho ou a direção mais provável para alcançarem êxito na construção de sua felicidade.

Vejam como exemplo a atuação do próprio Nosso Senhor Jesus Cristo. Mesmo matando a sede e a fome de multidões, ele não arranjou emprego para ninguém. Curou e restabeleceu a saúde de muitos que nele acreditaram, mas não libertou ninguém das consequências de seus atos e escolhas.

Sabendo das dificuldades sociais da época, não tentou resolver questões que somente poderiam ser transpostas com o tempo e o amadurecimento daquele povo. Em momento algum o vimos a prescrever fórmulas para dar fim a desavenças de ordem familiar, socioeconômica nem tampouco emocional, recomendando meios de trazer o marido de volta ou fazer a pessoa amada retornar aos braços de quem deseja.

Uma vez que ele é o Senhor de todos os espíritos e não promoveu coisas nesse nível, como podemos nós, seus seguidores, sequer cogitar realizá-las?

O que podemos deduzir das atitudes de Nosso Senhor, meus filhos(as), é que, se ele não se dispôs a realizar tais demandas, que na época certamente existiam, é porque a natureza de seu trabalho era outra.

Mesmo debelando os males, prestando o socorro que podia, ele não eximiu a população de enfrentar seus desafios. Quem recebeu o pão voltou a ter fome e inevitavelmente teve de trabalhar para suprir as próprias necessidades; quem foi curado teve de aprender a valorizar a própria vida, pois outras enfermidades viriam mais tarde; quem Jesus ressuscitou dos mortos desencarnou mais adiante.

Em suma, o processo de reeducação a que conduzem os embates da vida é tarefa de cada um. Cristo Nosso Senhor apenas indicou a direção, mas cabe a cada seguidor palmilhar o caminho com suas próprias pernas, avançando com passos seguros e resolutos em seu aprendizado.

Através desse raciocínio, meu filho(a), você poderá compreender a razão pela qual não há proveito em recorrer aos espíritos para livrá-lo do sofrimento ou isentá-lo de dificuldades. Esse é o caminho do crescimento na Terra, e não há como fugir às próprias responsabilidades ou transferir o destino das tribulações.

A dívida acorda sempre com o devedor, não há como se furtar a essa realidade.

Saravá.

Desafios de um Dirigente

DESAFIOS

Na assistência, cinqüenta ou cem pessoas aguardando atendimento, não faz tanta diferença para quem está ali prestando a caridade. Fora o tempo que inevitavelmente vai alongar-se nesse propósito, a energia gasta sempre é reposta pela bondade divina. Quanto ao cansaço físico, nada que um bom banho, um alimento saudável e uma noite de sono não possam refazer.

Os consulentes que vem com suas cargas, seus acompanhamentos espirituais e seus problemas e que buscam ali no terreiro o conforto ou até a suposta solução, não são o real desafio para o dirigente umbandista.

O verdadeiro desafio para o exercício dessa tarefa é a administração da Casa e da corrente mediúnica, por menor que ambas possam ser. As dificuldades materiais de manutenção e conservação de um ambiente saudável e acolhedor se misturam a de manter os médiuns unidos, sob o mesmo propósito com todas as diferenças de personalidades que inevitavelmente existem entre eles. Sem contar que ali estão "filhos" espirituais sob sua responsabilidade.

Que dizer então quando nos vem médiuns com deficiências físicas que dificultam ainda mais o trato e desenvolvimento de sua mediunidade? Isentar-se de recebe-los e assim não permitir que cumpram sua tarefa mediúnica? Aceitar o desafio sob o risco de não termos a sabedoria suficiente para  realmente ajuda-los?

A nossa vida , no geral é um eterno desafio e tornar-se um dirigente umbandista é um dos maiores que conhecemos, visto que além da responsabilidade com os dois mundos temos ainda nossa  consciência em débito com o passado delituoso.

Médiuns saudáveis e perfeitos nos dão a liberdade de ensinar e cobrar atitudes dentro da corrente. Mas o que dizer quando  o dirigente espiritual de nossa Casa, nos incumbe de colocar para desenvolvimento na corrente, médiuns que possuem deficiências físicas mas que precisam dessa ajuda?


Sabemos que, como nós, existe  um sem número de terreiros cujos dirigentes passam por dificuldades semelhantes, quando não maiores ainda, em relação à corrente mediúnica. Problemas que lhes tiram o sono e exigem horas de reflexão.

Diante disso nos resta acreditar naquilo que os bondosos guias sempre repetem: - a cruz nunca terá o peso maior do que as costas possam suportar. Além de que, são lições cujo aprendizado nos conduz à evolução.


Saravá.